sexta-feira, maio 05, 2006

Entrevista exclusiva com André Godoi - Redator da Giovanni - Parte II


André Godoi deu o que falar com suas declarações

A primeira parte da entrevista com o André Godoi deu pano pra manga. O assunto mais comentado foi a regulamentação publicitária – diploma ou não diploma, eis a questão. Tema delicado, contrapôs opiniões divergentes. Ótimo debate.

Agora na segunda parte do bate-papo com o André, esperamos uma boa repercussão também. Com vocês, um dos criativos da campanha Viva! da Kaiser, premiado com o GP de rádio no último FIAP – Festival Iberoamericano de Publicidade.
Clique aqui e ouça: www.ccsp.com.br/ultimas/noticia.php?id=20382

Bom proveito!

Raul Otuzi e Henrique Tucci

A campanha da Kaiser, que celebra os bons momentos da vida, é um sucesso. Revela pra gente os bastidores, como surgiu o insight criativo para essa campanha.
Objetivo: nada de bundas, piadinhas, bichinhos ou personalidades. A gente queria algo realmente novo na categoria. O Fernando e o Valdir convocaram o departamento de criação inteiro. A gente se reunia dentro da agência, fora, na casa da galera. O processo de criação, com certeza, influenciou muito no resultado. A gente se divertiu bastante. Depois de muitas rodadas de planejamento, criação e de cerveja, chegamos lá. Viva! Que tal falar sobre os verdadeiros motivos que nos levam a beber uma cerveja? Da mesinha do boteco da faculdade, da cerveja que você tomou com o seu velho, do primeiro encontro. A cerveja, na verdade, é apenas um coadjuvante desses momentos, e não o ator principal. Fazer parte do público-alvo da campanha também ajudou pra cacete. Uma curiosidade dos bastidores aconteceu na criação do primeiro filme da campanha – aquele dos rótulos que se transformam em desenho animado. O filme foi criado aos 49' do 2ºtempo, dentro de um quarto de hotel em Cannes. Eu, Valda, Fernando e Murilo. Ninguém faz idéia do que é trabalhar imaginando que, naquele exato momento, algum grupo de suecas peitudas poderia estar pulando na piscina do hotel só de relógio. A sorte é que o filme ficou massa. E a probabilidade de você comer alguém em Cannes é muito menor que faturar o Grand Prix de filmes.



Além da Kaiser, a Coca-cola também vende o otimismo, a atitude positiva em relação à vida. É uma tendência? Até que ponto esse caminho tem fôlego?
Campanha dizendo para você aproveitar mais a vida é o que a gente mais vê por aí. Está lá escrito na cartilha de todo fuckin' marqueteiro bitolado que fez MBA e se acha o máximo. O problema é que nem sempre o produto é coerente com a mensagem. Por exemplo, fica difícil acreditar quando um banco pede para você trabalhar menos. Ha ha ha. Me poupe. E outra, você não chama o futuro amor da sua vida para tomar um refrigerante no barzinho. Desculpe o trocadilho, mas essa não cola mais.

Cite uma campanha que você gostaria de ter criado. Por quê?
Queria ter feito a campanha "Não é nenhuma Brastemp". Dispensa qualquer explicação.

Os medalhões todo mundo conhece, por isso cite alguns profissionais de criação da nova geração que você admira.
Fernando Nobre, Gustavo Diehl, Carlinhos Shleder, Fernando Campos, Daniela Ribeiro, Theo Rocha, Wilson Mateos, Rodrigo Senra, Max Geraldo, Murilo Lico, João Linneu, Fábio Brandão, Guy Costa, João Caetano, Keka Morelle, Rodrigo Leão, Laura Esteves e Ícaro Dória. Se eu fosse mostrar a pasta hoje, ligaria pra essa galera.

TV, rádio, revista, jornal, mídia exterior... Para qual meio você prefere criar. Por quê?
Títulos. Cada título é um raciocínio diferente. Cada título é uma idéia nova. Faço títulos mesmo se o job for de filme, rádio, pdv, internet ou cartão de aniversário.




Reparem nesses títulos aí de cima, o cara manda bem ou não?

E o “no advertising”, qual a sua relação e envolvimento com internet, promoção, marketing direto, endomarketing?
O formato pouco importa. O foco está na idéia, na criação. Depois você dá o formato que quiser. Se é advertising, no advertising, internet, promoção, below-the-line, underwear's manager, zembers planejators, deixei de saber. Esses nomezinhos só servem para vender livro de auto-ajuda empresarial.

A idéia é o que vale mesmo. Mesmo que seja visual.

Se pudesse mudar qualquer coisa na propaganda, o que seria?
O monopólio da Globo. As agências, hoje em dia, ganham dinheiro com mídia. Criação é brinde. Que venham os bureaus de mídia. Agência de propaganda tem que vender propaganda. Você já reparou nas estruturas das agências hoje em dia? É bizarro. Tem gente que acha que os salários dos criativos diminuirão com isso. Eu já acho que quem vai se dar mal são os donos de agência. Principalmente aqueles que nunca sentaram a bunda na cadeira pra criar uma campanha.

Dê um conselho que vai mudar a vida de quem está começando.
Se você não está se divertindo no trabalho, mude de trabalho.

Job para você: como você gostaria de ser lembrado? Crie uma frase para ser colocada em sua lápide.
Job? Quero mais prazo. No mínimo, mais uns 70 anos.

Espaço livre: diga qualquer coisa, sobre qualquer assunto que você acha importante e que nós não perguntamos.
Não confunda politicamente correto com politicamente pentelho. Os chatos estão querendo descontar suas frustrações sexuais em nós. Fio-terra neles. (Espero que o Procon não me processe por causa desta declaração.)

Para finalizar, duas perguntas que são a essência do nosso Blog: o que é duca para você? E o que educa?
Ganhar é duca. Não ter medo de errar educa.

Tchau, André Godoi. E obrigado.

O melhor anúncio de Veja


Por Raul Otuzi

Anúncio de página dupla da McCann para o Mastercard. Fugiu do lugar-comum, com aquelas fotos manjadas de life style. A direção de arte apelou para o artesanato para vender a popularidade dos cartões. O texto é todo poético, singelo. Em tom confessional uma cliente conta a história da florista Dona Jô.

Dona Jô é uma viúva
Muito talentosa
Basta adubar a terra
Que dali nasce uma rosa

Flor igual de Dona Jô
É difícil de encontrar
Toda vez que vou até lá
R$ 20,00 com Mastercard

Dona Jô ganhou estátua
E virou nome de praça
Ter um dom que vem de berço
É coisa que não tem preço


Assina: "Cartões de crédito e débito Mastercard: de Norte a Sul do Brasil, você pode confiar, em tudo que é lugar todo mundo vai aceitar."

Para ver mais gêneros de poesia popular, vale o clique: www.revista.agulha.nom.br/rmarcelo13.html

quinta-feira, maio 04, 2006

Deu na BBC.















Seu mundo é real ou virtual?

Por Henrique Tucci.

A vida não é um jogo. Essa afirmação, que muita gente já ouviu por aí, está ficando absurdamente antiquada. E até inadequada. Afinal, já tem muita gente ganhando dinheiro de verdade só no mundo virtual.

Recentemente foi lançado um cartão de débito, do mundo real, como esses que você tem aí na sua carteira, que permite que jogadores gastem dinheiro ganho no universo virtual. O cartão pode ser usado em caixas eletrônicos no mundo todo para converter dólares virtuais em moeda real. Quem está oferecendo este serviço são os desenvolvedores do Projeto Entropia, um jogo on-line do tipo role-play que tem uma economia que se assemelha à do mundo real.
Só para se ter uma idéia de como essa brincadeira está ficando séria, no ano passado, um resort criado e construído neste mundo virtual movimentou cem mil dólares. O negociador foi Jon Jacobs, que participa do Entropia com o personagem “Nerverdie” ou “Nunca morre”. Neste momento está sendo desenvolvida uma boate virtual onde poderão ser vendidos a outros jogadores clipes e músicas de grandes gravadoras.

O fundador do Projeto Entropia, Jan Welter, afirma: “Estamos quebrando a barreira entre a realidade virtual e o mundo real”. O Projeto Entropia é um dentre muitos jogos conhecidos como MMORPGs ― Massively Multi-player Online Role-Playing Games – jogos do tipo role-play para múltiplos usuários on-line. Esse tipo de jogo permite que as pessoas habitem um mundo virtual como um personagem a sua escolha. No Entropia, estes avatars, como são conhecidos, vivem suas vidas virtuais em um planeta chamado Calypso que tem dois continentes com cidades que crescem rapidamente.

A versão básica do jogo é gratuita. Mas, como no mundo real, você precisa de dinheiro para experimentar tudo que aquele Universo tem a oferecer de bom. A economia do Entropia permite que os jogadores troquem moeda real pela sua moeda, a PED – Projetc Entropia Dollars e depois façam sua conversão para o dinheiro real novamente. Veja a cotação atual: cada dez PEDs equivalem a um dólar americano.

Os jogadores podem ganhar mais dinheiro acumulando PEDs quando adquirem bens, prédios ou terrenos. Por exemplo, um jogador pode escolher ser um caçador de animais virtuais para vender peles. Com as peles, uma costureira pode fabricar e vender roupas. A companhia que desenvolveu o jogo, a MindArk, ganha seu dinheiro com a manutenção dos equipamentos que os jogadores usam na simulação, como a máquina de costura deste exemplo. Ou, se o jogador precisa continuar usando sua arma para ganhar dinheiro, também precisa pagar à MindArk para fazer sua manutenção. No ano passado, 165 milhões de dólares foram movimentados pelo jogo e os fundadores deste Universo on-line esperam pelo menos dobrar esta cifra em 2006.

O novo cartão de débito do Entropia torna cada vez mais difuso o limite entre o mundo físico e o virtual. Com ele, as pessoas podem ter acesso a seus PEDs, conseguidos virtualmente, e convertê-los em dinheiro real em qualquer caixa eletrônico. O cartão também permite fazer transferências, saques e depósitos e até ver extratos.

E o jogo já tem seus especuladores. Um jogador da Austrália comprou uma ilha e ganhou dinheiro vendendo terrenos para construção de casas e cobrando taxas para caça e mineração. A venda da ilha entrou para o livro de recordes Guinnes como a maior transação já feita com dinheiro virtual.

Você já pode acordar cedo, colocar seu terno e ir pra frente do computador. Agora só falta a Forbes lançar sua lista com os 500 maiores empresários do mundo on-line.

E você? Já pensou no seu próximo negócio virtual da vida real? Conte pra gente o que você faria para ganhar dinheiro no seu mundo virtual.

Conheça o Projeto Entropia: http://www.entropiauniverse.com/en/rich/5000.html

terça-feira, maio 02, 2006

Criatividade. O céu não é o limite







Por Raul Otuzi

Ver a vida de outros ângulos é fundamental para a postura criativa, você sabe. Mas como anda a sua? Ereta, homo sapiens, na altura dos seus olhos? Mude o foco, incline-se, levante o queixo. Qual foi a última vez que você procurou idéias no chão? E no céu, quando foi?

Pense a respeito. E veja mais, tudo além do seu redor, além do 360º, tridimensional. Aqui estão dois exemplos de campanhas vindas das alturas.

A primeira campanha é da Young Rubicam para o mercedes conversível. Título: "Novo Mercedes-Benz SLK. O mesmo mundo, de um jeito diferente." Redação: Felipe Gall. Direção de arte: Marco Mattos.

A segunda campanha também é da Young, mas de Portugal. Conceito: "Dan up. Até a última gota." Redação: Gonçalo Viana. Direção de arte: Fábio São Pedro.