sexta-feira, maio 19, 2006

Com essa foto a Prolam Young Rubicam do Chile vendeu...


Camisas Columbia.

Título: "Radial Venting. Permite a livre circulação do ar."

O Kadu das Idéia e o Nando Nogueira mataram a charada e mandaram algo no gênero. Kadu:
"Novas camisas porosas Nike. O ar passa direto por elas, para a sua pele poder respirar." Nando: "Deixe o vento passar.T ecidos Dry Fit - Sem atritos."

Bacana. Aliás, dessa vez tivemos várias boas idéias, por isso muitas ficaram de fora. É a vida. Agora as três melhores na nossa opinião, pela ordem, foram:

"Não levanta de jeito nenhum?"
Levitra.
Criação do Kadu das Ideia. Beleza, Kadu! Tá mandando muito bem, parabéns!

"Nova linha de Uniformes Profissionais Alastra. "
Um exemplo de conduta.
Criação do Rodox. Grande sacada, Rodox!

"Novo Palm XPTO. Cabe tudo o que você precisa e ainda cabe no seu bolso."
Criação do Carlos Barbosa. Idéia inteligente. Valeu, Carlos.

E as menções honrosas vão para:

"Já é hora de aprimorar esse discurso engessado."
Puntel Curso de Oratória.
Criação do Matheus Árcaro

"Suas outras roupas não vão aguentar de tanta vergonha."
Lacoste. Incomparável.
Criação do Chico Lucas.

"Novos coletes a prova de bala Slim."
CBC. Cuidando da sua vida.
Criação do Thiago Nascimento

Por essa semana é só, pessoal. Abraços e divirtam-se.

Raul Otuzi e Henrique Tucci

quinta-feira, maio 18, 2006

O discurso de Lula. Pura retórica?


Por Raul Otuzi

Por conta da onda de violência em SP, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira: "Não acho que haja um mesquinho nesse país que queira tratar uma questão como essa como eleitoral. Até porque há muitas vítimas. Nessa hora é preciso que a gente feche os olhos para a baixeza e pense na solidariedade de toda a sociedade."

Na quarta-feira, Lula afirmou:
"Quando acontece uma desgraça dessas, começa todo mundo a ter uma solução no bolso do colete: pena de morte, cortar telefone, fazer um monte de coisas. A verdade é que essas pessoas que estão presas, todas elas, a maioria jovens de 20 a 30 anos de idade, a maioria, na década de 80, eram crianças de 4 anos de idade". Se a gente tivesse investido em educação, naquela época, se tivéssemos investido em educação na década de 70, na década de 60, na década de 80 e de 90, certamente, muitos desses jovens que estão presos estariam trabalhando, estariam dando aula ou estariam estudando."

Diante dessas afirmações, fiquei com uma pergunta na minha cabeça que não quer calar. Com esses discursos, Lula prova que:

A) É um mesquinho porque depois de dois dias do que disse, já está tratando essa questão da violência como eleitoral, culpando os governos anteriores.

B) Os governos anteriores são os culpados por essa onda de violência, porque não investiram em educação.

C) Lula é o nosso Presidente da República e não está fazendo campanha nenhuma, só deu a sua opinião e ponto final.

D) O discurso político procura convencer de todo modo, mas diferente do discurso publicitário não precisa de dados concretos para ter credibilidade.

E) Nenhuma das anteriores, esse blog é de publicidade e não tem nada a ver com política.

Respondam, por favor, e me ajudem a tirar essa dúvida. Obrigado.

O melhor anúncio de Veja


Por Raul Otuzi

Mais um anúncio da Almap. Esse faz parte da campanha para divulgar o lançamento do SpaceFox. A idéia é continuar vendendo ‘espaço’, mas agora com ‘design’. Em outras palavras, beleza e conforto, eis o posicionamento do novo carro.

Para isso, eles resolveram falar direto com os solteiros e casados, evocando o estilo de vida de cada um. Tudo para gerar identificação, simpatia, envolvimento e... bingo... vendas!
Quem não viu o teaser on-line www.casadoousolteiro.com.br? Lá, os cenários e as trilhas sonoras mudam de acordo com a tecla clicada: “S”, para solteiros; e “C”, para casados.

Outra estratégia foi colocar metade dos outdoors destinadados aos casados, próximos às escolas; e o restante nos roteiros de baladas.

Mas voltando ao nosso anúncio, a foto é muito bonita, traz o carro em primeiro plano (óbvio!), com um bela lua cheia em frente, junto às luzes da cidade. O título segue a manjada fórmula das alternativas, mas é pertinente, faz um bom jogo de palavras e é bacana: ( ) Família apreciando a paisagem. ( ) Alguém fazendo família. Assina: "Novo SpaceFox. Lindo para quem vê. Gigante para quem anda."

quarta-feira, maio 17, 2006

Em primeira mão: Clio verde e amarelo.


Por Henrique Tucci.

Os vencedores do Clio Awards 2006 já estão no ar. A cerimônia de premiação aconteceu na noite de ontem, em Miami. Estavam inscritos aproximadamente 19.000 peças, de 40 países.

O Grand Clio foi para a campanha Dreams da Wieden + Kennedy de Londres, agência vencedora desta categoria pelo terceiro ano consecutivo.

Entre as campanhas ganhadoras do Hall of Fame para TV/Cinema, a mais conhecida no Brasil é a campanha “Whassup?” para a Budweiser da DDB. Ainda na categoria TV/Cinema, a única vencedora brasileira, com dois bronzes, foi a JWT com os filmes “Children” para “Gun-Free Society” e “Jinxed” para “Kleenex”.

Mais peças brasileiras foram premiadas em outras categorias. Em mídia impressa, prata com a campanha para Kleenex da JWT, peças: “Stuart Sutcliffe”; “John Morell” e “John Styth Pemberton”; e bronze para “Victory” da revista Veja, da AlmapBBDO.

Na categoria “Poster”, temos prata para “Suicide” da AlmapBBDO, cliente – Revista Veja e bronze para “Faith”, também para Revista Veja/AlmapBBDO. E a “See-through” da F/Nazca Saatchi & Saatchi para Fundação SOS Mata Atlântica ficou com bronze nesta categoria. Em “Billboard”, esta mesma peça levou o Ouro e foi nossa única representante laureada.

Em “internet” levamos Ouro com a peça “Run” da DDB Brasil para Companhia Atlética e Prata com “Just in time” também na DDB Brasil, agora para FedEx.

As únicas premiadas brasileiras foram estas. O resultado final para o Brasil ficou assim:

JWT com 1 prata e 2 bronzes;
AlmapBBDO também com 1 prata e 2 bronzes;
F/Nazca com 1 ouro e 1 bronze;
DDB com 1 ouro e 1 prata.

Parabéns a todos os nossos colegas brasileiros vencedores!

Acompanhem a lista completa dos premiados no link: http://www.clioawards.com/winners/index.cfm

Com essa foto dá pra vender o quê?


Vamos lá, grandes criativos do Brasil. O que é possível vender com essa foto? Crie um anúncio a partir dela. Para quem não conhece, sexta-feira, a gente publica o anúncio original na íntegra. Participe.

terça-feira, maio 16, 2006

Deu no The Guardian.












Anúncios mostram estudantes de sucesso e suas conquistas.




Campanha de escolas públicas mexe com o orgulho de Londres.

Por Henrique Tucci.

A profunda crise social que o Brasil viveu nestes últimos dias só serviu para confirmar que não há esperança de justiça sem um profundo trabalho de base, que garanta educação de qualidade para todos, desde os níveis mais elementares. Só podemos falar em equilíbrio social com o equilíbrio de oportunidades. E isto só vai ocorrer quando houver uma grande melhoria em todo o sistema educacional brasileiro, que permita que todas as pessoas estejam preparadas para participar deste mundo cada vez mais competitivo. E assim, também garantam seus direitos. Não de uma forma paternalista, que só valoriza aqueles que se nutrem de publicidade gratuita às custas da incapacidade e do sofrimento de um semelhante. Mas de uma forma que valoriza o cidadão, que aprende a ser autônomo, confiante e possa viver de forma honesta, com dignidade, a partir de seu próprio trabalho. Defendo a igualdade. Enquanto não incluirmos todos em nossa sociedade, seremos todos excluídos da justiça.

Sem o objetivo de nenhuma comparação, acredito que vale a pena ver um exemplo de movimento de valorização da educação. Repito, este é apenas um exemplo de que é possível e necessário cuidar dos nossos problemas a partir da educação, e não uma comparação entre países tão diferentes. Porque acredito que a publicidade tem seu papel. Por isso, ao trabalho, pessoal.

O governo inglês está lançando uma campanha publicitária com o tema “Londres tem orgulho de seus estudantes” para tentar mudar a percepção pública que as escolas estaduais de Londres são de baixa qualidade. Nesta campanha de mídia exterior, o objetivo é mostrar estudantes de sucesso e suas conquistas em diferentes peças que serão fixadas em estações de metrô e envolverão alguns ônibus na capital.

Em cada anúncio, um aluno e suas realizações têm destaque, como Tyrone Ramsey, campeão de basquete na faculdade St. Aloysius, uma escola estadual em Islington. Os protagonistas serão no total oito alunos com destaques em matemática, negócios, esportes e artes.

A campanha, criada pela Leo Burnett, faz parte da estratégia de comunicação de uma ação lançada por Tony Blair para mudar as escolas secundárias e melhorar o sistema educacional da capital inglesa. A estratégia do governo inglês para educação inclui significativos investimentos nas escolas para melhora nos padrões de ensino. E a campanha publicitária pretende utilizar as conquistas dos estudantes como exemplo para que outros também busquem seu caminho para o sucesso. Este programa governamental teve início em 2003 e tem uma programação para cinco anos. De acordo com dados oficiais, os resultados começam a aparecer: o número de alunos com bom desempenho dobrou em relação a 2001.

Agora é com a gente. Vamos sair da inércia e fazer cumprir nosso papel na sociedade. Somos comunicadores, formadores de opinião. Pense com responsabilidade: o que você poderia fazer de produtivo e relevante para resgatar nossa dignidade?

Um abraço!

Tucci

segunda-feira, maio 15, 2006

Dicas do mestre Olivetto


Por Raul Otuzi

Hoje saiu a lista dos convocados do Parreira para a Copa 2006. Isso me fez lembrar de um texto do Olivetto escrito em 1998. São pequenas dicas do grande mestre a respeito de como ser um publicitário de sucesso. Referências culturais, experiências de vida e opinião formada são os principais requisitos. Opinião inclusive para arriscar a escalação da seleção para a Copa de 1998.
O time que WO propunha era uma viagem. Vejam aí, direto do túnel do tempo. Serve como registro histórico e para comparar com o atual time do Brasil (aliás, como você escalaria o seu?). E, mais do que isso, esse texto serve como inspiração para muitas outras coisas...


COMO SE DAR BEM 16/02/98
Washington Olivetto

Outro dia um jovem redator de publicidade - e bota jovem nisso - me perguntou o que fazer para se transformar num publicitário bem-sucedido.
Como essa deve ser a angústia e a pergunta de outros como ele, resolvi listar algumas dicas. Mas aproveitem porque estas ofertas são válidas por tempo limitado.
Quem quer ser um grande criador de propaganda tem de ouvir o CD "Paradiso", do Celso Fonseca, e também os novos CDs da Elza Soares e dos Racionais.
Tem de ir ao cinema assistir ao novo filme do Woody Allen, "Desconstruindo Harry".
Tem de comer pastel de queijo na feira do Pacaembu, beirute no Bambi, agora redecorado pelo Sig Bergamin, e, se a grana der, um polpettone no Vecchio Torino acompanhado de um bom Sassicaia tinto.
Tem de torcer pro Zagallo ter uma crise de bom senso e escalar a seleção com Ronaldo, Zé Roberto, Junior Baiano, Dunga e Roberto Carlos; Zé Elias, Bebeto e Denilson; Edmundo, Ronaldinho e Romário.
Tem de assistir ao programa do Jean-Paul Gaultier no Euro Channel e dar uma passadinha na galeria do Marcantonio Vilaça para bisbilhotar o acervo.
Tem de olhar o livro de fotos do Karl Lagerfeld, que é lindo, apesar de ter muito homem pelado pro meu gosto, reler o Machado de Assis, ler a "Bravo" e a "Caros Amigos" e, se possível, descolar o novo livro de Alain de Botton, "Kiss & Tell".
Tem de convidar os amigos para uma degustação de sorvetes Mambo Jambo e Häagen-Dazs, com direito a discussão sobre qual dos dois é o melhor, só pra depois chegar à conclusão de que ambos são ótimos.
Tem de namorar, jogar bola com a galera, dançar e escolher umas duas ou três campanhas de outras agências e criadores pra elogiar e ficar com inveja saudável.
Tem de sacar que tudo o que está na moda periga sair da moda, que ter prestígio é melhor do que ter fama e que discutir os efeitos do El Niño é um papo que torra mais do que o próprio.
E, além de tudo, tem de trabalhar bastante pra criar publicidade de qualidade mesmo, coisa que sem trabalho é difícil. E sem vida é impossível.