quinta-feira, dezembro 22, 2005

Qual o melhor slogan de 2005?

Rosser Reeves, autor da USP - Unique Selling Proposition, que pregava que toda propaganda devia dizer ao consumidor: ‘compre esse produto e receba esse benefício’. É dele o slogan “M&M. Derrete na sua boca, não nas suas mãos”.

E então? Qual slogan, assinatura, mote, tema de campanha, enfim, o melhor dos melhores, aquele conceito que em poucas palavras conquistou a cabeça e o coração dos consumidores do nosso Brasil, neste ano que se finda?

Vamos dar algumas opções. Afinal, 2005 foi pródigo em mudanças e novos posicionamentos. Mas isso não significa que você não pode votar em alguém que não figura na nossa lista, ok? Aqui vocês são livres. Dêem os seus votos. Comentem. Vamos às alternativas:

1. Banco Real. Fazendo mais que o possível.
Porque faz um compromisso sério com o cliente: para continuar sendo o banco da sua vida, fazer só o possível é pouco. É preciso fazer mais.

2. Brahma. Olé.
Porque depois de 6 anos de "Refresca até pensamento", a proposta é driblar a concorrência, exaltando o futebol, a alegria e a brasilidade. Tudo isso às vésperas de uma Copa do Mundo.

3. Brasdescompleto.
Porque mostra para as pessoas que um banco como o Bradesco é capaz de fazer parte de suas vidas por poder oferecer soluções financeiras completas.

4. Brastemp. Seja autêntico.
Porque após 15 anos de "Não tem comparação", essa nova leitura da marca preserva os aspectos positivos da antiga assinatura e amplia a visão, sendo mais emocional.

5. Coca-cola. Viva o que é bom.
Porque procura despertar no consumidor a consciência de que cada um pode adotar uma postura mais positiva diante da vida e, desta forma, ter uma visão mais otimista em geral.

6. Coca-cola light. A Vida é Você Quem Faz.
Porque convida o público a sair da inércia e fazer aquilo que realmente tem valor para ele. É um reconhecimento e incentivo para quem tem a coragem de tomar as rédeas da vida.

7. CrossFox. Compacto pra quem vê, valente pra quem anda.
Porque vende o espírito aventureiro de um compacto off-road, através do óbvio, versão adaptada do slogan do modelo original: “Fox. Compacto pra quem vê, gigante pra quem anda.

8. Fiat Idea. É hora de você ter um.
Porque tem apelo de venda e é versátil, deu origem à expressão "ei, é hora...", que virou bordão e sugere que está na hora de você viver mais, aproveitar mais, curtir mais a vida.

9. Gol. Por que viajar de outro jeito se você pode voar?
Porque esse tema de campanha reforça a idéia do slogan: “Gol. Aqui todo mundo pode voar”, passando a mensagem de que a Gol democratizou mesmo o transporte aéreo no País.

10. Kaiser, Viva!
Porque é simples, direto e destaca os bons momentos da vida, regados a cerveja. Além do mais, teve como ponto de partida um slogan emocional. "Kaiser: viver é a melhor coisa do mundo”.

11. Kuat. Esse sabor pega em você.
Porque ilustra o universo jovem de maneira irreverente, divertida, valorizando o sabor do guaraná e dando gancho para mostrar os ‘efeitos colaterais’ que este sabor pode provocar.

12. Peugeot 206 SW. Dirija a sua vida.
Porque busca associar o carro a momentos de liberdade, para pessoas que têm como filosofia aproveitar os bons momentos da vida.

13. Sagatiba. A cachaça além da cachaça.
Porque além de tudo contou com a força do teaser: “O que é Sagatiba?” para posicionar a bebida no mercado em uma nova categoria, passando superioridade.

14. Tam. Você nasceu para voar.
Porque vende liderança, história e aproxima a marca do consumidor, lembrando o sonho de voar que todos nós temos, incentivando as pessoas a alçar vôos e realizar sonhos.

15. Terra. Qual é a sua?
Porque abandonou o personagem ET, para trabalhar com uma linguagem mais jovem, vendendo o conceito de que todas as tribos estão no Terra.

16. Unibanco. Nem parece banco.
Porque encara com coragem as percepções negativas que os consumidores têm em relação aos bancos, mostrando problemas e assumindo o compromisso de resolvê-los, com simplicidade.

17. Volkswagen. Perfeito para a sua vida.
Porque depois de 18 anos de "Você conhece, você confia", o momento é de sintetizar os valores da montadora através de um posicionamento novo: a VW tem qualidade total, para todos.

E aí, decidiu? Bom voto e boas festas!

Quem vai ressuscitar o espírito de Natal?












Por Henrique Tucci.

O Manhattan Conection do domingo passado apresentou uma reportagem sobre uma novidade natalina e politicamente correta dos americanos. Tudo bem, mais uma. Mas essa faz a gente refletir um pouco. Os norte-americanos não estão utilizando em suas mensagens mais sinceras o tradicional “Feliz Natal”. E o motivo é simples: não seria correto utilizar um termo cristão em um país tão eclético e diversificado culturalmente como os Estados Unidos. O termo “Merry Christmas” (Feliz Natal) está sendo substituído por “Happy Hollidays”, que podemos traduzir livremente como “Boas festas”. A própria Casa Branca em suas mensagens já utiliza o novo termo, o que gerou severas críticas ao presidente norte-americano pela própria direita que o elegeu, pois ele estaria sendo covarde em não adotar o termo cristão.

Bom, turma, não custa lembrar que Natal tem o sentido de nascimento. Representa a chegada do Salvador para os cristãos. Mas tem um sentido quase universal exatamente por causa da propaganda e não da religião. Papai Noel foi inspirado em São Nicolau, arcebispo de Mira no século IV que ficou conhecido pela sua generosidade. Talvez daí venha a tradição comercial da data. Mas quem popularizou a imagem clássica do sujeito de roupas vermelhas, cinto e botas pretas foi a Coca-Cola, que em 1931 encomendou ao artista Habdon Sundblom a remodelação do Santa Claus de Nast (o artista que primeiro desenhou a figura do Bom Velhinho) para torná-lo ainda mais próximo da sociedade da época. Sundblom se inspirou em um vendedor aposentado para criar o ícone tão popular até hoje.

Vou deixar aqui minha provocação:

Uma campanha com tema natalino deixa o Natal mais comercial ou um comercial de Natal ajuda a despertar o espírio natalino?

E agora um desafio:

E se você tivesse o job de fazer um cartão de Natal para os publicitários, como seria a mensagem? Queremos ver a sua criatividade!

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Para descondicionar a visão


O texto fantástico que vocês vão ler a seguir é de Otto Lara Rezende. Disse Nelson Rodrigues: "A grande obra de Otto Lara Resende é a conversa. Deviam pôr um taquígrafo atrás dele e vender suas anotações em uma loja de frases". Nós, do EhDUCA, dizemos mais: "Os criativos deviam pegar esse texto e devorá-lo sempre depois de lerem um briefing." É uma baita inspiração para que se busque a diferença. Para fazer a diferença. Pense nisso: o que você viu hoje, viu mesmo? Veja vendo.

Vista Cansada - Otto Lara Rezende

"Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: o modo de ver.”

O diabo é que de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que no cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.

Como ele era? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a menor idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve de morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser que também ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver: gente, coisa, bichos. E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de tão visto ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, ficam opacos. Ë por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Como anda o seu modo de ver as coisas?



Por Raul Otuzi

O Tucci já escreveu aqui que "acredita na força inigualável dos títulos." Eu também.
Mas existem imagens que gritam e fazem mais barulho do que um multidão de palavras. Porque o que vale é o impacto e o poder da mensagem. Seja visual ou textual.

Vejam, por exemplo, esses dois anúncios aí de cima: O primeiro é de 1997 da DM9 para divulgar o www.valisere.com.br. Redator: Jáder Rossetto. Diretor de Arte: Pedro Cappeletti.
O segundo não sei de que ano é, nem agência, nada. Ele veio por e-mail para mim, uma semana atrás. O objetivo? Divulgar o site da playboy holandesa. Bárbaros, não são não? Precisa falar mais?

Precisar não precisa, mas como sou redator, professor e falo pra caramba, quero reforçar a importância de olhar para as coisas de um modo diferente, novo, original. Na nossa profissão, tudo pode ser qualquer coisa. Basta imaginar. Nunca mais vou olhar para o meu mouse do mesmo jeito que antes (sem malícia, gente!). Nunca mais olhem para nada vendo apenas um lado. As aparências enganam. Cabe a vocês enxergar inúmeras possibilidades. Elas existem, acreditem!

segunda-feira, dezembro 19, 2005

O melhor anúncio de Veja














Por Raul Otuzi

Belo anúncio. Mui belo. Vale pela direção de arte. A idéia de asas floridas é simples, mas dá o recado e deixa o visual muito atrativo. (ê, Almap! ê, Marcello Serpa!). Só o título poderia ser melhor, na minha opinião. Achei o jogo de palavras meio truncado. Título: "Se o seu anjinho usa O Boticário, melhor cortar as asinhas dele. Neste Natal, seja um anjo. Dê O Boticário."

Eu inverteria a ordem, faria assim: "Neste Natal, seja um anjo. Dê O Boticário. Agora se o seu anjinho abusar do perfume, melhor cortar as asinhas dele.

Dessa forma, a mensagem fica mais contundente e clara. É o que eu acho. Quem criou? Direção Arte: Luiz Sanches, Rodrigo de Almeida. Redação: Roberto Pereira, Tales Bahu. No site da Almap tem mais peças, veja lá.