quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Para combater o aquecimento global dá para criar o quê?


Adesivo colocado em secadores de mão. Criação da Lew,Lara para os Amigos da Terra - Amazônia Brasileira. Redação: José Carlos Picka, direção de arte: James Ribeiro.

E você, depois de todo o alarde sobre os perigos do aquecimento global, o que criaria? Imagine que o seu cliente é o mesmo: www.amigosdaterra.org.br. (Isso mesmo, a Lew errou o site, trocou o '.org' pelo '.com')

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Propaganda participatória. Até que ponto vai afetar o mercado publicitário?

Michel Lent Schwartzman escreveu no http://www.clicinterativa.com/:
“Comerciais criados por consumidores ganham cada vez mais destaque na propaganda, que vai ser obrigada a repensar seu modelo.

Deu no BB de hoje: Comercial criado por consumidor é o favorito do Super Bowl no YouTube. O filme foi feito para a Doritos, em uma promoção criada pela marca para atrair comerciais criados por usuários e foi exibido no evento mais caro da TV americana para se anunciar.

A estratégia é cada vez mais usada: ao invés de criar um comercial com todos os riscos envolvidos (custo, má aceitação, etc), a marca convida os usuários para criarem seus próprios filmes que passam por algum tipo de votação popular (mais barata do que qualquer tipo de pesquisa), ficando o mais votado com algum tipo de premiação (geralmente ridiculamente mais barato do que pagar a produção de um filme).

A primeira vez que eu vi isso, foi numa ação do browser FireFox, chamada FireFox Flix, acho que em 2005. Eles davam 5 mil dólares para o melhor filme e tiveram dezenas de participantes. Na prática, todos os filmes participantes e concorrentes já eram comerciais produzidos para o cliente e já faziam o trabalho de propagar o produto. Ou seja, uma campanha com dezenas de filmes, por 5 mil dólares. O único preço a se pagar aqui: a coragem pra colocar na rua filmes de pouca “qualidade” (totalmente subjetivo). Mas por que não arriscar, se não há custo de veiculação?

Muitas outras iniciativas como essa seguiram depois, eu mesmo tendo pilotado uma das primeiras no Brasil para BenQ com a 10’Minutos.

Acontece que o comercial do SuperBowl mais votado de ontem, ganhador da promoção de Doritos, não é simplesmente um filme feito por um “consumidor”. É um comercial perfeito, bem filmado, editado, finalizado. É um trabalho profissional, feito por alguém que entende do assunto e tem preparo.

Um filme que, por acaso, não saiu de nenhuma agência contratada pelo cliente, mas da multidão de "proams" (profissionais amadores) que está aí fora e que, agora com a internet, começa finalmente a ganhar espaço para mostrar o seu talento.

É o que já vem acontecendo há muito com a música e os artistas que simplesmente se lançam sozinhos ou através de sites como o SellABand.com nos Estados Unidos. A mesma lógica dos diretores, que agora lançam suas mini-séries no YouTube, como Chad Vader e até mesmo a turma do Tapa na Pantera. O mesmo vale para os autores, que lançam seus livros através do chamado “self-publishing” em sites como o Lulu.com.

É a lógica da democratização da produção e dos meios de distribuição que agora começa a chegar na publicidade. Comercial produzido por consumidor? Não. É um comercial profissional, produzido por profissionais que simplesmente tiveram oportunidade para se fazer notar outra forma, muito mais democrática.

A produção e o acesso democratizado ao conteúdo têm colocado em cheque empresas e mercados até então estabelecidos, como a Blockbuster (x Netflix), a Barnes & Noble (x Amazon), o CD (x iTunes Store e a pirataria).

Fica então a pergunta: se os clientes podem conseguir de forma muito barata material de ótima qualidade criativa (segundo o voto popular), em que medida isso vai afetar o mercado publicitário?”

Reforço a pergunta: Até que ponto a propaganda participatória vai afetar o mercado publicitário?

Fonte: MMOnline

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Viva o lado Coca-Cola das ilustrações




Por Raul Otuzi

Desde que o mundo é mundo e a propaganda é propaganda os ilustradores têm lugar cativo na nossa gloriosa profissão. Mas atualmente, com o uso cada vez mais de grafismos, rococós, ícones, interferências artísticas em fotos e afins, os caras que têm o dom do desenho são cada vez mais procurados e queridos.

A nova campanha da JWT para a Coca-Cola que o diga. Segundo a Textual Serviços de Comunicação: "As peças são compostas por instrumentos musicais e rostos que, juntos, simulam o movimento da Coca-Cola saindo da consagrada garrafa contour. Citações a diversos estilos musicais - rock, samba, funk, jazz, punk etc - completam o grafismo das peças." As ilustrações são de Rodrigo Vieira e Roberto Fernandez.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Você precisa ter mais contato com a natureza





Por Raul Otuzi

O mercado dos “off-road-light” tem registrado números crescentes de venda. É o desejo de liberdade aliado a um apelo visual mais agressivo. De olho nisso, a Leo Burnett criou uma campanha para posicionar a Fiat como Original Adventure. São três comerciais bem-humorados, que mostram como somos alienados, prisioneiros da selva de pedra.

A linha criativa é a mesma: ao ver o sol, um beija-flor ou plantinha as pessoas ficam maravilhadas, encantadas, como se aquilo fosse coisa de outro mundo. Assina: "Você precisa ter mais contato com a natureza." As reações são impagáveis e os comerciais, ótimos. Um melhor que o outro.

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Parabéns, São Paulo. Parabéns, Famiglia


Por Raul Otuzi

Amanhã é aniversário de São Paulo. E nessa data temos sempre mil homenagens à cidade, óbvio. O que gostei dessa peça criada pela Famiglia é que ela consegue ser muito mais do que uma simples adulação à terra da garoa.

Essa peça consegue parabenizar o paulistano, propor uma reflexão acerca da publicidade ao ar livre e, ainda por cima, exercer uma importante função social: "Tomara, mas tomara mesmo, que nos próximos anos o paulistano comemore uma cidade nova de verdade." Red.: Samir Mesquita. Dir. arte: Juliana Pontual.

Parabéns, São Paulo. Parabéns, Famiglia.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Comercial de TV: cenário PDV. Precisa ser chato?



Por Raul Otuzi

Que o ponto-de-venda está cada vez mais presente nos comerciais de TV é fato. O que não significa que precisa ser sem imaginação, meramente informativo e enfadonho. Pelo contrário.

Veja esse exemplo da McCann para o Astra. Eles saíram do PDV tradicional para simular um test drive na estrada e ganhar impacto por conta da linguagem utilizada. Criação: Fernanda Machado e Eric Sulzer.

ESTRADA, DIA.
Vemos cenas do Astra em movimento, cenas típicas de demonstração de comerciais de carro.
Locutor:
“QUANDO VOCÊ DIRIGE UM ASTRA, A POTÊNCIA DE UM FLEXPOWER 2.0 É TODA SUA. DENTRO DELE VOCÊ SENTE QUE TEM O CONTROLE DE TUDO.

Então o carro pára perto de uma tenda, onde lemos: "TEST DRIVE TOTAL CHEVROLET". Há um vendedor ali. Ele pergunta para o motorista que acaba de sair do carro:
- E aí gostou da performance?

Nesse momento o futuro comprador mostra toda a sua empolgação pelo carro, descrevendo-o com palavrões que são censurados pelo famoso efeito sonoro: “PIIIIIIIIII”:
- Esse carro é do ca... (PIIIIIIIIII). O motor é do cara... (PIIIIIIIIII). Tem uma estabilidade filha da pu... (PIIIIIIIIII).

Mais calmo, ele consegue perguntar:
- Quanto custa esse carro?
O vendedor:
- Sai a partir de R$ 43. 499,00

Ao ser revelado o preço, o rapaz se empolga de novo, e com mais intensidade:
- Eu vou comprar esse carro, porr... (PIIIIIIIIII).

É a deixa perfeita para o locutor finalizar:
BEM, O CONTROLE DE QUASE TUDO.

Assina e encerra: "ASTRA. A TENTAÇÃO É FORTE."

segunda-feira, janeiro 22, 2007

História em Quadrinhos para vender camisinha


Anúncio para os preservativos Tulipán da Argentina. Dispensa maiores comentários.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Com essa foto a BBH vendeu....


Lancer Evolution da Mitsubishi.

Texto: From 0 to 60 mph in 5,6 seconds. Principal idéia a ser comunicada: velocidade. Por isso mesmo teve quem foi nessa linha:
"Novo Golf 2.0 16V Turbo. Rápido, muito rápido." - Anônimo
"New Kawasaki ZZR 1400. Fast!" - Samuca.

Agora os três melhores, na nossa opinião, foram:

"Mesmo sem ver, você fica sabendo de tudo."
CBN - A rádio que toca notícia.
Criação do Machado-RJ. Grande idéia, Machado. Parabéns!

"Delay?"
Skype. No ato.
Criação do Ronyseven. Fugiu do óbvio. Boa, Rony!

"Desconfiamos até do nosso ponto de vista."
Carta Capital. Independente e Imparcial.
Criação do Matheus. Valeu, Matheus!

E a menção honrosa vai para:

"Não perca o foco."
Escola Superior de Comunicação.
Inscreva-se já e visualize seu futuro.
www.esc.com.br(0xx81) 3222.5005
Criação de um anônimo

É isso. Obrigado pela participação de todos. Valeu mesmo. Principalmente depois de tanto tempo sem a gente atualizar o blog. Como vocês sabem, esse é um exercício lúdico, criado única e exclusivamente para manter a mente em movimento.

Abraços e ótimo fim de semana,

Raul Otuzi e Henrique Tucci

História em Quadrinhos para vender camisinha





Por Raul Otuzi

Série de anúncios da McCann para os preservativos Jontex Sensitive com ilustrações de Caco Galhardo, cartunista criador dos Pescoçudos. Redação: Lusa Silvestre, Eduardo Hernandez. Direção de arte: Romolo Megda, Daniel Chagas Martins.

Frases melosas do tipo: "Acho grosseiro falar em sexo. Prefiro chamar de amor", saídas da boca de verdadeiros machões na hora da paquera, são a deixa perfeita para a assinatura: "Seja sensível que você se dá bem. Jontex Sensitive."

É a propaganda brasileira cada vez mais descobrindo o poder de persuasão dos nossos queridos e talentosos cartunistas.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

História em Quadrinhos para vender cerveja


Por Raul Otuzi

A Devassa, cerveja que tem o conceito "Um Tesão de Cerveja", lança calendário baseado nos lendários 'catecismos' do Carlos Zéfiro. A peça é assinada pela McCann Erickson, que reuniu ilustrações selecionadas da obra do grande mestre dos quadrinhos pornô.

O uso de HQ para vender cerveja não é novo. Em 2001 a NewcommBates Brasil, de Roberto Justus, criou uma campanha com Os Skrotinhos, do cartunista Angeli para a Kaiser Summer. A estratégia era utilizar o bom humor para aproximar o público jovem da marca. Conceito: "Uma cerveja fora do sério."

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Com essa foto dá pra vender o quê?


O que é possível vender com essa foto? Crie um anúncio a partir dela. Para quem não conhece, a gente publica o anúncio original na íntegra nesta sexta-feira. Olhe-a com carinho e mande as suas idéias pra cá.

terça-feira, janeiro 16, 2007

PDV: presença constante no comercial de TV


Por Raul Otuzi

Comerciais que têm o ponto-de-venda como cenário não são nenhuma novidade. A novidade é a quantidade de comerciais que estão usando tal ambiente para contar as suas histórias. Não é só o varejo não. De iogurte a carro, de detergente a celular, exemplos não faltam.

O motivo parece ser um só: fortalecer a presença das marcas na cabeça dos consumidores justamente no local onde são compradas. É a “varejização” da propaganda, cada vez mais hard-sell, cada vez mais pressionada por resultados a curto prazo.

Assista aos dois comerciais da Giovanni+DrafFCB que seguem esse modelo. O primeiro é para o Nesvita da Nestlé (já comentado aqui) e o segundo para o telefone Celular Ultra 9 da Samsung, o celular mais fino do mundo.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Dublagem. Ótimo recurso criativo

Por Raul Otuzi

Comercial da BBDO de NY para DMX, energy drink da Mountain Dew. Animais noturnos cantam a famosa música "All Night Long" de Lionel Richie. Assina: "be nocturnal."

Este comercial, criado em 2005, me lembrou o novo clipe do U2 "Window in the skies." Veja:

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Nesvita X Activia. Propaganda comparativa é pecado?







Por Raul Otuzi

Mal entrou e já saiu do ar o novo comercial da Nesvita, da Nestlé, criado pela Giovanni+DraftFCB. A juíza Renata Sanchez Guidugli, da 34ª Vara Cível, concedeu liminar à ação movida pela Danone, dona da marca Activia.

A juíza argumenta que a propaganda "caracteriza concorrência desleal". O comercial se passa em um supermercado. Uma consumidora que está com um iogurte Activia na mão em frente a gôndola do produto é abordada por outra, que diz mais ou menos o seguinte: "Humm, intestino preguiçoso, hein? Vem cá, você já comparou a tabela nutricional com o Nesvita?"

Daí ela pega o iogurte citado na gôndola e continua: "Nesvita tem menos calorias, menos gorduras e mais cálcio, além da fórmula exclusiva de ação simbiótica para regular o intestino. Ah, e é muito gostoso." Daí assina e encerra.

Logo que vi, pensei: vai dar Conar, liminar, etc. Pena. Eu gostei. Não tem nada de criativo, mas diferencia o produto. Dá razões fortes e racionais para a consumidora escolher Nesvita em vez de Activa. Algum mal nisso?

Afinal, propaganda comparativa é pecado?

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Quando os títulos dizem tudo






Por Raul Otuzi

Bela série de anúncios da DPZ para a novela Vidas Opostas da Record. O redator é Rodigo Leão, o diretor de arte é Fernando Fajardo.

Os títulos são engenhosos, bem construídos e nos fornecem informações precisas sobre a personalidade das personagens da trama, destacando seu principal ponto forte/característica diferenciadora.

Em tempos de produtos cada vez mais iguais, fica aqui uma dica: da próxima vez que você tiver um job, procure criar um título desse tipo para o seu cliente. Tente defini-lo com charme e estilo. No mínimo, a frase criada servirá de inspiração e estímulo, um bom ponto de partida para outros bons títulos.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Banco do... A melhor campanha do ano até agora


Por Raul Otuzi

O Banco do Brasil começou 2007 com uma bela campanha. Criada pela Artplan, mudou a fachada de 300 agências, rebatizadas de Banco do Raimundo, Banco do João, Banco da Maria, etc, para comunicar que é o banco mais próximo dos clientes. O slogan "Todo seu" é uma evolução do anterior: “O tempo todo com você”.

Ok. Esse posicionamento não é novo. O Itaú com o seu: "Feito para você" navega nas mesmas águas e há tempos. Mas a idéia das fachadas - juntamente com a ação na Internet (o cliente que acessa o site do banco é surpreendido com seu nome no logotipo do BB), bem como os comercias de TV (simples e bons), - chamou a atenção, gerou grande simpatia e recolocou o Banco do Brasil definitivamente na briga pelo título do banco preferido do brasileiros.

Tudo isso prova que a criatividade, ou seja, o como dizer é muitas vezes mais importante do que o que dizer. Sendo assim, vamos esperar como as campanhas da concorrência vão se comportar daqui para frente.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Twix da AlmapBBDO. A melhor campanha de 2006


Por Raul Otuzi

Feliz 2007, amigos blogueiros!
Que este ano seja muito mais criativo, produtivo e venerável do que o nosso falecido 2006. Cá estou de volta após um longo e tenebroso inverno para finalmente atualizar o EhDUCA. Sim, estamos de volta. E o meu primeiro post do ano não poderia ser outro a não ser esse: um reconhecimento todo especial à campanha que, para mim, foi de longe a melhor dos últimos 12 meses.

Muito já se falou sobre ela, por isso aqui cabe apenas o meu registro e reverência. A campanha "Gritos" deu um banho de comunicação integrada, criatividade e humor. O seu nonsense conquistou os jovens desse país. Palmas para os personagens Carameeeeelo, Biscoooooito e Chocolaaaaaate.

Palmas para Gustavo Sarkis e Wilson Mateos, criadores dessa pequena obra-prima da publicidade. E palmas para Waldemar Thiago, que aprovou tamanha ousadia.