sexta-feira, dezembro 30, 2005

Um 2006 duca!

Quero desejar a todos um 2006 repleto de felicidade e realizações. E aproveito para deixar também um grande e público abraço ao meu amigo Raul, companheiro de profissão, de giz e de blog. Um profissional brilhante e uma amizade sem igual, que se revelou através de nossa profissão. Não montei nenhum texto de fim de ano porque suas belíssimas palavras no post anterior representam muito bem o Ehduca e dispensam qualquer esforço meu.
E por falar em esforço dispensado, aviso que estarei fora por uma semana. Mas fiquem tranquilos. O Raul com certeza vai manter todos vocês cheios de informações e textos maravilhosos.
Em 2006 estaremos juntos investindo ainda mais neste espaço para que ele se torne um verdadeiro ponto de encontro de comunicação.
Um sincero abraço e um 2006 duca para todos!
Tucci

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Quando você se olha no espelho.

Por Raul Otuzi

Essa é a nossa mensagem de fim de ano para vocês.

Quando você se olha no espelho
você não pode ver você.


Você tem que ver o mundo.
Todo ele.
Esse mesmo que nós conhecemos.
E um outro melhor, que você imaginar.
E mais uns três ou quatro diferentes,
que você mesmo cria aí na sua cabeça.

Quando você se olha no espelho
você não pode ver você
porque você é mais do que você:

Você é um mundo de possibilidades.

E se você olhar para o espelho e só ver
rosto, boca, nariz, olhos, barba, rugas, peito ou peitos
(sei lá se você é homem ou mulher,
que idade tem, qual o tamanho do seu espelho),
você vai ver muito pouco.

Não que você seja pouco.
É justamente o contrário:
Você é muito mais.
Por isso,
tem que enxergar mais.
tem que se enxergar mais.

Quando você se olha no espelho
tem que ver além do seu corpo,
tem que ver a sua alma.

Mas só isso ainda não basta.

Da próxima vez que você se olhar no espelho,
que não seja só para se arrumar,
espremer espinhas, pentear o cabelo.

Da próxima vez que você se olhar no espelho,
que seja com os olhos atentos e o coração puro,
cheio de orgulho e esperança.
Que assim seja e que então você veja:
Asas.
Palmas.
Festa.
Fé.
Música.
Milagre.
Mágica.

Que você veja:
Tudo o que você puder,
Tudo o que você quiser.

Um ano duca para você.

Previsões EhDUCA para 2006 - Parte II

Almap; F/Nazca; Dm9; Lew,Lara e Giovanni,FCB, não necessariamente nessa ordem, serão as agências que mais crescerão no País em 2006.

F/Nazca vai criar um filme fabuloso pra ela.


A Talent vai continuar sendo 'a agência' de planejamento do País.

Se Francucci continuar, a JWT será a mais premiada em Cannes.

Vai ter leão brasileiro em Cannes, com peça fantasma.

O vencedor do novo Big Brother ou vai posar pelado ou vai escrever um livro ou vai dizer que quer virar artista de novela ou vai virar garoto-propaganda ou tudo isso junto. Depois, só vai participar do Programa do Leão, na Band.


No carnaval, duas marcas de cerveja invadirão a mídia com jingles frenéticos, que serão hit nos trios elétricos de Salvador.

No Dia Internacional da Mulher, teremos 8.739 peças publicitárias destacando a importância, a força e a sensibilidade da mulher.

A exemplo de 'Atchim! Resprin.' 'É gripe? Benegripe!' 'Para ficar legal, o melhor é melhoral.' 'Apracur pra curar! Pra curar, Apracur!', etc, etc... perto do inverno, teremos mais um analgésico que vai tentar emplacar um bordão. Ão, ão, ao esse aí é campeão.

A promoção de vendas, a propaganda on line e o marketing direto vão continuar crescendo e roubando participação da propaganda dita convencional no chamado bolo publicitário.

O repórter Vesgo vai virar garoto-propaganda de alguma academia de boxe, depois de tomar mais uma bifa de algum artista inconformado com suas gracinhas.


Com isso, o Pânico vai consolidar a sua audiência na TV.


Milton Neves vai deixar de apresentar programas esportivos para se especializar de vez em programas de merchandising.

Pelé vai aparecer como garoto-propaganda da Coca-Cola na época da Copa. Isso se o filho Edinho não se envolver mais em nenhuma bobagem.

Também na época da Copa, vai entrar no ar um comercial ironizando a seleção da Argentina em prol da seleção brasileira.


Mas a onda politicamente correta vai continuar. O Conar vai bater recorde de reclamações. Vão reclamar do uso de celebridades, do uso de mascotes, do abuso de cores, do excesso de frases, da utilização de música, na propaganda.

Saia da Rotina. A Intelig vai ter que reavaliar toda a sua estratégia de comunicação para ganhar a simpatia dos consumidores.

Quatro ou cinco grandes anunciantes mudaram de agências. Não daremos nomes por respeito aos familiares. De ambos. Agências e anunciantes.

Quatro ou cinco grandes anunciantes mudarão seus slogans e, num rompante contra a mesmice, as palavras mais usadas serão: “Você”, “Vida”, “Feliz”.

A Daspu,
grife de prostitutas criada esse ano
e inspirada na famosa Daslu,
vai virar case de branding.

É isso. As nossas principais previsões para o ano que vem são essas, uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, fatos ou situações será mera coincidência. Rêrêrê.

Valeu, galera! Viva o bom humor. Um forte abraço do Raul Otuzi e do Henrique Tucci para vocês. Ano que vem a gente volta. E com muito mais.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Previsões EhDUCA para 2006 - Parte I

Imaginar cenários e projetar o futuro faz parte do dia-a-dia do publicitário. Por isso, aqui vão as principais previsões do EhDUCA para 2006. Umas mais sérias, outras nem tanto. Umas baseadas no senso comum, outras na experiência pessoal, em fontes fidedignas. Mas todas, graças ao binômio clichê/oportunidade, com altíssima possibilidade de se concretizar. Quem viver verá. Vamos a elas:

A Almap vai continuar fazendo um trabalho bárbaro para as Havaianas.

A W vai ressuscitar mais uma música do cancioneiro popular brasileiro para a Rider (e se for do Roberto Carlos, a artista vai aparecer no seu especial de fim de ano da Rede Globo). Sucesso!

O Lula vai perder as eleições, apesar do criativo mote: “Lula aqui”.

O PSDB vai eleger o novo presidente com um posicionamento genial: “Chegou a hora de mudar o Brasil”.



Marcos Valério vai virar comentarista político de um novo programa comandado por João Kleber, possivelmente na Rede TV.



Gugu vai alavancar a sua audiência com uma grande novidade: a escolha da ruiva do Tchan. Carla Perez e Sheila Carvalho aparecerão em alguns programas com o cabelo pintado de vermelho.

Graças ao nosso futebol, a brasilidade vai estar mais presente do que nunca na propaganda. E a exemplo do que ocorreu na Copa passada a maior briga deve ficar entre a AMBEV e a Coca-cola.

‘Ninguém faz igual’. Se o Guaraná Antarctica continuar com essa linha chocha de campanha vai continuar perdendo mercado para o Kuat, que está construindo uma imagem de marca mais moderna.

O mascote Assolan vai aparecer na TV dançando uma música que tem como tema a Copa 2006.

O mascote Assolan vai aparecer na TV dançando uma música popular de sucesso. Latino de novo? Apostamos no KLB. Ou Sidney Magal.

A Casas Bahia vai continuar sendo o maior anunciante do país e dominando a mídia com seus garotos-propaganda que vendem tudo pelo menor preço, com as melhores condições, as melhores ofertas, os melhores planos de pagamento e os melhores prazos. Ufa!

Apesar da forte investida da Brahma na Copa do Mundo, a Skol vai continuar dando um banho na concorrência, na badalada guerra das cervejas.


O grande Faustão vai ancorar uma grande promoção para uma grande marca tendo como mote a grande Copa do Mundo. "Ô loco, meu!"


Carlinhos Moreno vai chorar (de verdade) no comercial que vai marcar a sua volta à frente da Bombril. E isso vai render releases e mais releases. E propaganda gratuita para os lenços Scotch.

Salários no mercado publicitário devem aumentar entre 4% e 6% em 2006. Segundo um estudo de salários realizado pelo jornal especializado norte-americano Advertising Age.

Gostaram? A última previsão é boa e do nosso extremo interesse, hein? Mas veja bem: quem fez essa previsão foi o Advertising Age. Se não rolar um aumento para o lado de vocês, não temos nada com isso. Nadinha.

Até mais e aguardem a parte 2 das nossas previsões para 2006.

terça-feira, dezembro 27, 2005

E o melhor slogan de 2005 é...

Parece que o tom arrojado deste slogan da F/Nazca caiu no gosto da galera. Dos 22 votos válidos (gente que votou só uma vez, em slogans deste ano), tivemos 7 votos para o Unibanco, ou seja, 31,8%. Mais do que o dobro do segundo colocado. Lavada. Mas se tem quem goste, tem quem odeie. Muitos acham terrível, uma negação contra a própria categoria. E daí? É um slogan provocativo, desafiador. Por isso incomoda. Diferencia. Cutuca. Diante dele é mesmo impossível ficar indiferente (só para citar mais um slogan, este do Fiat Palio). E propaganda é feita para isso mesmo, não é? Despertar reações, atitudes. Afinal, já dizia a Bíblia: “Seja quente ou seja frio. Não seja morno que eu te vomito.”

Em segundo lugar, com 3 votos cada (13,6%) ficaram empatados:
Gol. Porque viajar de outro jeito se você pode voar?
Coca-cola light. A vida é você quem faz.
O slogan da Gol nós já elogiamos aqui. É muito bom. Na veia. O da Coca light também é bacana, com sua proposta de encorajar as pessoas. Mas desconfiamos que o comercial Aplauso é o grande responsável por esta escolha. Mais do que o slogan em si.

Em terceiro lugar, com 2 votos cada (9,09%), tivemos:
Fiat Idea. É hora de você ter um.
Sagatiba. A cachaça além da cachaça.
Terra. Qual é a sua?
Três bons slogans, mas que também tiveram apoio maciço da mídia. Aí a campanha é que ganha força. O Fiat Idea usou e abusou de mil e uma peças, inclusive na Internet. A Sagatiba lançou mão de teasers inteligentes para ganhar mais impacto. E o Terra com a música cantada pelo Arnaldo Antunes grudou no ouvido da moçada.

Tivemos ainda, com um voto cada (4,54%):
Brahma. Olé.
Coca-Cola. Viva o que é bom.
Kuat. Esse sabor pega.

E o resto? Bem, o resto ficou só assistindo. Até a NET TV a cabo, que não estava na lista foi lembrada com o slogan: o mundo é dos Nets, enquanto outros mais famosos foram ignorados. O slogan do Peugeot 206 SW a gente já esperava por causa do baixo recall de marca, mas grandes anunciantes como Banco Real, Volkswagen, Tam, Kaiser... sequer foram citados. Brastemp foi, mas para ser criticada. É, fica o alerta.

Por falar em crítica, o slogan do Bradesco foi o mais detonado. E aí vai o comentário da Fernanda: “O do Bradesco pode causar uma má impressão nos desatentos e analfabetos de plantão, pois o BradesCOMPLETO pode ser entendido como BraDESCOMPLETO. Tudo bem, eu sei que o certo é incompleto e estou forçando um pouco a barra, mas acreditem ou não, já ouvi alguns comentários sobre isso por aí. E, como publicitários, temos que pensar em tudo...”

Para finalizar, alguns slogans que não estavam na lista e que também foram citados:
Adidas. Impossible is nothing.
Aruba é do Caribe.
Fiat Stilo. Ou você tem ou você não tem.
Esses não são desse ano. Mas são tão bons, tão bons que continuam na cabeça e no bem-querer da gente. O que prova que um bom slogan fica, um bom slogan é o que fica.

Valeu pela participação, galera! Se os posts poderiam ser um pouco maiores em quantidade (culpa das férias, férias, êba!), na qualidade dos comentários eles foram perfeitos. Valeu mesmo!
E lembrem-se: o mundo trata melhor quem se veste bem. E quem se comunica bem. Sempre. Continuem participando.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

O melhor anúncio de Veja














Por Raul Otuzi

Brasil, meu Brasil brasileiro. Meu mulato inzoneiro. Vou cantar-te nos meus versos... Esse anúncio é povoado de mim, de você, de nós. É uma aquarela do Brasil. Mas longe de ser ufanista, é singelo. E daí vem a sua força. Força que rompe regras e tendências.

Não tem um título inteligente, aliás não tem título algum (mesmo com a propalada informação de que um título aumenta a taxa de leitura de um anúncio em até 5 vezes mais). Não tem ponto final no texto. Não tem uma direção de arte de vanguarda, modernosa. Não tem nada disso. Mas tem o principal: alma.

É um anúncio clássico de página dupla. A primeira com a imagem, a segunda com o texto. A imagem é uma obra dos artesãos Adriana Souza e Juliano Martins que retrata o espírito alegre do nosso povo através das suas casinhas coloridas. O texto tem uma levada poética, que encerra com o conceito: “Feliz Brasil para você.” Uma feliz união do Natal com o nosso País.

A direção de criação é de Jaques Lewkowicz e Marco Versolato, da Lew, Lara. Mas essa campanha tem dedo da W/Brasil também. Agências do mesmo grupo que dividem com extrema competência a conta da Natura. Por isso, a conta da Natura vai muito bem. Bem estar bem. Obrigado.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Qual o melhor slogan de 2005?

Rosser Reeves, autor da USP - Unique Selling Proposition, que pregava que toda propaganda devia dizer ao consumidor: ‘compre esse produto e receba esse benefício’. É dele o slogan “M&M. Derrete na sua boca, não nas suas mãos”.

E então? Qual slogan, assinatura, mote, tema de campanha, enfim, o melhor dos melhores, aquele conceito que em poucas palavras conquistou a cabeça e o coração dos consumidores do nosso Brasil, neste ano que se finda?

Vamos dar algumas opções. Afinal, 2005 foi pródigo em mudanças e novos posicionamentos. Mas isso não significa que você não pode votar em alguém que não figura na nossa lista, ok? Aqui vocês são livres. Dêem os seus votos. Comentem. Vamos às alternativas:

1. Banco Real. Fazendo mais que o possível.
Porque faz um compromisso sério com o cliente: para continuar sendo o banco da sua vida, fazer só o possível é pouco. É preciso fazer mais.

2. Brahma. Olé.
Porque depois de 6 anos de "Refresca até pensamento", a proposta é driblar a concorrência, exaltando o futebol, a alegria e a brasilidade. Tudo isso às vésperas de uma Copa do Mundo.

3. Brasdescompleto.
Porque mostra para as pessoas que um banco como o Bradesco é capaz de fazer parte de suas vidas por poder oferecer soluções financeiras completas.

4. Brastemp. Seja autêntico.
Porque após 15 anos de "Não tem comparação", essa nova leitura da marca preserva os aspectos positivos da antiga assinatura e amplia a visão, sendo mais emocional.

5. Coca-cola. Viva o que é bom.
Porque procura despertar no consumidor a consciência de que cada um pode adotar uma postura mais positiva diante da vida e, desta forma, ter uma visão mais otimista em geral.

6. Coca-cola light. A Vida é Você Quem Faz.
Porque convida o público a sair da inércia e fazer aquilo que realmente tem valor para ele. É um reconhecimento e incentivo para quem tem a coragem de tomar as rédeas da vida.

7. CrossFox. Compacto pra quem vê, valente pra quem anda.
Porque vende o espírito aventureiro de um compacto off-road, através do óbvio, versão adaptada do slogan do modelo original: “Fox. Compacto pra quem vê, gigante pra quem anda.

8. Fiat Idea. É hora de você ter um.
Porque tem apelo de venda e é versátil, deu origem à expressão "ei, é hora...", que virou bordão e sugere que está na hora de você viver mais, aproveitar mais, curtir mais a vida.

9. Gol. Por que viajar de outro jeito se você pode voar?
Porque esse tema de campanha reforça a idéia do slogan: “Gol. Aqui todo mundo pode voar”, passando a mensagem de que a Gol democratizou mesmo o transporte aéreo no País.

10. Kaiser, Viva!
Porque é simples, direto e destaca os bons momentos da vida, regados a cerveja. Além do mais, teve como ponto de partida um slogan emocional. "Kaiser: viver é a melhor coisa do mundo”.

11. Kuat. Esse sabor pega em você.
Porque ilustra o universo jovem de maneira irreverente, divertida, valorizando o sabor do guaraná e dando gancho para mostrar os ‘efeitos colaterais’ que este sabor pode provocar.

12. Peugeot 206 SW. Dirija a sua vida.
Porque busca associar o carro a momentos de liberdade, para pessoas que têm como filosofia aproveitar os bons momentos da vida.

13. Sagatiba. A cachaça além da cachaça.
Porque além de tudo contou com a força do teaser: “O que é Sagatiba?” para posicionar a bebida no mercado em uma nova categoria, passando superioridade.

14. Tam. Você nasceu para voar.
Porque vende liderança, história e aproxima a marca do consumidor, lembrando o sonho de voar que todos nós temos, incentivando as pessoas a alçar vôos e realizar sonhos.

15. Terra. Qual é a sua?
Porque abandonou o personagem ET, para trabalhar com uma linguagem mais jovem, vendendo o conceito de que todas as tribos estão no Terra.

16. Unibanco. Nem parece banco.
Porque encara com coragem as percepções negativas que os consumidores têm em relação aos bancos, mostrando problemas e assumindo o compromisso de resolvê-los, com simplicidade.

17. Volkswagen. Perfeito para a sua vida.
Porque depois de 18 anos de "Você conhece, você confia", o momento é de sintetizar os valores da montadora através de um posicionamento novo: a VW tem qualidade total, para todos.

E aí, decidiu? Bom voto e boas festas!

Quem vai ressuscitar o espírito de Natal?












Por Henrique Tucci.

O Manhattan Conection do domingo passado apresentou uma reportagem sobre uma novidade natalina e politicamente correta dos americanos. Tudo bem, mais uma. Mas essa faz a gente refletir um pouco. Os norte-americanos não estão utilizando em suas mensagens mais sinceras o tradicional “Feliz Natal”. E o motivo é simples: não seria correto utilizar um termo cristão em um país tão eclético e diversificado culturalmente como os Estados Unidos. O termo “Merry Christmas” (Feliz Natal) está sendo substituído por “Happy Hollidays”, que podemos traduzir livremente como “Boas festas”. A própria Casa Branca em suas mensagens já utiliza o novo termo, o que gerou severas críticas ao presidente norte-americano pela própria direita que o elegeu, pois ele estaria sendo covarde em não adotar o termo cristão.

Bom, turma, não custa lembrar que Natal tem o sentido de nascimento. Representa a chegada do Salvador para os cristãos. Mas tem um sentido quase universal exatamente por causa da propaganda e não da religião. Papai Noel foi inspirado em São Nicolau, arcebispo de Mira no século IV que ficou conhecido pela sua generosidade. Talvez daí venha a tradição comercial da data. Mas quem popularizou a imagem clássica do sujeito de roupas vermelhas, cinto e botas pretas foi a Coca-Cola, que em 1931 encomendou ao artista Habdon Sundblom a remodelação do Santa Claus de Nast (o artista que primeiro desenhou a figura do Bom Velhinho) para torná-lo ainda mais próximo da sociedade da época. Sundblom se inspirou em um vendedor aposentado para criar o ícone tão popular até hoje.

Vou deixar aqui minha provocação:

Uma campanha com tema natalino deixa o Natal mais comercial ou um comercial de Natal ajuda a despertar o espírio natalino?

E agora um desafio:

E se você tivesse o job de fazer um cartão de Natal para os publicitários, como seria a mensagem? Queremos ver a sua criatividade!

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Para descondicionar a visão


O texto fantástico que vocês vão ler a seguir é de Otto Lara Rezende. Disse Nelson Rodrigues: "A grande obra de Otto Lara Resende é a conversa. Deviam pôr um taquígrafo atrás dele e vender suas anotações em uma loja de frases". Nós, do EhDUCA, dizemos mais: "Os criativos deviam pegar esse texto e devorá-lo sempre depois de lerem um briefing." É uma baita inspiração para que se busque a diferença. Para fazer a diferença. Pense nisso: o que você viu hoje, viu mesmo? Veja vendo.

Vista Cansada - Otto Lara Rezende

"Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: o modo de ver.”

O diabo é que de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que no cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.

Como ele era? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a menor idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve de morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser que também ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver: gente, coisa, bichos. E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de tão visto ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, ficam opacos. Ë por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Como anda o seu modo de ver as coisas?



Por Raul Otuzi

O Tucci já escreveu aqui que "acredita na força inigualável dos títulos." Eu também.
Mas existem imagens que gritam e fazem mais barulho do que um multidão de palavras. Porque o que vale é o impacto e o poder da mensagem. Seja visual ou textual.

Vejam, por exemplo, esses dois anúncios aí de cima: O primeiro é de 1997 da DM9 para divulgar o www.valisere.com.br. Redator: Jáder Rossetto. Diretor de Arte: Pedro Cappeletti.
O segundo não sei de que ano é, nem agência, nada. Ele veio por e-mail para mim, uma semana atrás. O objetivo? Divulgar o site da playboy holandesa. Bárbaros, não são não? Precisa falar mais?

Precisar não precisa, mas como sou redator, professor e falo pra caramba, quero reforçar a importância de olhar para as coisas de um modo diferente, novo, original. Na nossa profissão, tudo pode ser qualquer coisa. Basta imaginar. Nunca mais vou olhar para o meu mouse do mesmo jeito que antes (sem malícia, gente!). Nunca mais olhem para nada vendo apenas um lado. As aparências enganam. Cabe a vocês enxergar inúmeras possibilidades. Elas existem, acreditem!

segunda-feira, dezembro 19, 2005

O melhor anúncio de Veja














Por Raul Otuzi

Belo anúncio. Mui belo. Vale pela direção de arte. A idéia de asas floridas é simples, mas dá o recado e deixa o visual muito atrativo. (ê, Almap! ê, Marcello Serpa!). Só o título poderia ser melhor, na minha opinião. Achei o jogo de palavras meio truncado. Título: "Se o seu anjinho usa O Boticário, melhor cortar as asinhas dele. Neste Natal, seja um anjo. Dê O Boticário."

Eu inverteria a ordem, faria assim: "Neste Natal, seja um anjo. Dê O Boticário. Agora se o seu anjinho abusar do perfume, melhor cortar as asinhas dele.

Dessa forma, a mensagem fica mais contundente e clara. É o que eu acho. Quem criou? Direção Arte: Luiz Sanches, Rodrigo de Almeida. Redação: Roberto Pereira, Tales Bahu. No site da Almap tem mais peças, veja lá.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Texto e layout. Marido e mulher ou amantes?


Por Raul Otuzi

Xarape mandou um comentário dos mais inteligentes no post do Tucci aí de baixo: "Só faremos anúncios interessantes quando tivermos um bom casamento entre texto e layout. E isso vale para as situações extremas. Se o layout falar sozinho, o texto que se cale. Se o texto for matador, o layout que sirva de megafone."

É isso aí, Xarape. Texto e layout devem conviver harmonicamente sempre. O layout deve acolher o texto com extremo zelo e bom gosto, e o texto deve retribuir tamanho apreço com palavras sedutoras e certeiras.

Foi o que fez a F/Nazca para a Unimed (dois post abaixo). Por isso, o anúncio não é chupado do Salão do Automóvel. Ele apenas integrou o texto ao ambiente visual do target. Fica muito mais poderoso e interessante, certo? Que o digam esses dois anúncios da Agência Dez Brasil para a Na Guarda. Redação: Michel Zveibil. Direção de arte: Getulio Albrecht.

Tem pegada ou não tem?

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Reino de iletrados pode ter redatores como reis?

Por Henrique Tucci

Acredito na força inigualável dos títulos. Vivo desse ofício de escriba e não posso negar minha raça. Por isso, pra mim, campanha tem que ter textos de primeira. Não importa se curtos ou longos, mas sempre textos inteligentes. Acho que a direção de arte é importante, principalmente para um anúncio all-type. Mas será que o texto é a melhor ferramenta para um País que, dizem, não tem leitores? Eu acredito que sim. E já que o assunto é o texto, aproveito para lembrar uma importante agência que tem campanhas e redatores geniais.

A Fallon McElligot sempre foi uma grande referência para mim e para o mercado mundial da propaganda. Em primeiro lugar, pelos anúncios. Em segundo, por ser uma agência de redatores, um sonho de consumo até certa fase de minha vida profissional. Meu primeiro contato com o trabalho destes criativos foi em 1989, com os anúncios da revista Rolling Stones. Campanhas fabulosas como a da Igreja Episcopal fizeram a fama da agência e são até hoje marcos da propaganda internacional. Os títulos sempre geniais e instigantes praticamente dispensavam muitas firulas visuais.

Desde 2002 a Fallon tem seu escritório em São Paulo. E no Brasil também esbanja títulos invejáveis e campanhas memoráveis. No comando da agência, e da Criação, está Eugênio Mohalen, um dos redatores mais premiados do Brasil com 350 prêmios só no Anuário do Clube de Criação de São Paulo, além de nove Leões em Cannes. Até o currículo dele deve valer prêmios. E alguns trabalhos recentes da Fallon para Carta Capital, United Airlines e Center Norte mostram que a agência não está brincando nessas terras tupiniquins.




Eugênio Mohallen
Presidente/Diretor de Criação
Fallon Brasil


Eugênio passou pelas agências AlmapBBDO, Talent e DM9. Escreveu o Manual do Estagiário com dicas para os iniciantes em propaganda, que fez grande sucesso na internet, foi reproduzido na Espanha, Argentina, Uruguai, Paraguai, Panamá e depois virou livro. Em 2004, lançou o livro Razões para bater num sujeito de óculos, pela Editora Planeta.








E pra você? Texto ou direção de arte? Vamos tentar entender a preferência de nossos leitores!

Calma. Essa não foi chupada.


Por Raul Otuzi

Como não?? Você pode estar se perguntando. “As placas estão aí, as datas também, como então não é chupada? É chupada sim. O anúncio da Unimed foi chupado descaradamente do anúncio do Salão do Automóvel. Sem dúvida.”

Peraí, nem todo anúncio que tem um princípio criativo igual a outro é chupado. O que ambos fizeram foi contextualizar a mensagem visual dentro do universo de interesse do público-alvo. Tá certo? Não? Não convenci? Pense bem. Enquanto isso, confira a ficha técnica dos dois:

O primeiro anúncio foi prata no 2º anuário do Clube de Criação de São Paulo. Agência: Almap. Redator: Boris Fetchir. Direção de arte: Bjarne Norking.
O segundo é da F/Nazca. Redator: Rafael Genu. Direção de Arte: Vico Benevides

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Minus: os mascotes invadem a mídia


Por Raul Otuzi

O homem da Michelin, o franguinho da Sadia, o elefante da Cica, o ratinho da Folha, o ratinho do Bradesco na Internet, o coelho da Duracell (ou da Energizer, depende do mercado), Ronald McDonald, Tony the Tiger, Pato Purific... Bem, a lista sempre foi grande.

Mas, de repente, ela está aumentando por demais, não é não? Parece que o fenômeno Assolino deflagrou um verdadeira caça aos mascotes. Depois do Monsieur Deli da Delícia, dos Unimascotes do Unibanco, do Chipinho da Claro... eis que chegam os Minus, da Minuano.

E chegaram com tudo, hein? 16 páginas na Veja e comercias que passam a toda hora na TV.
Será que a Dm9DDB resolveu ir para o caminho mais fácil ou teve uma grande sacada com os irmãozinhos verdes dos Smurfs??

Três mascotes, um só objetivo: ganhar o consumidor


Os mascotes surgiram para aproximar a marca dos seus consumidores, através de uma identificação rápida e grande empatia.

Bibendum. O homem da Michelin, foi criado em 1898 por Edouard Michelin, irmão do fundador da marca. Edouard observou uma série de pneus amontoados e percebeu que tinham uma forma humana. Explicou a idéia ao criativo O’Galop, que o desenhou. É um dos mascotes mais antigos e reconhecidos em todo o mundo. Representa a Michelin em mais de 150 países. www.umovoacavalo.com/html/zz_Mascotes_2.htm

Assolino. Da Assolan. Mais recentemente, surgiu um mascote que ganhou notoriedade de popstar: "Quando falamos de limpeza a coisa acaba sempre caindo para um lado mais racional, abordando pontos como eficiência, qualidade e poder de ação. No caso da Assolan, conseguimos fugir um pouco disso com o ícone do mascote, que trouxe, além da eficiência, qualidade e um apelo mais emocional para a marca, acabando por também conquistar a simpatia da consumidora." – disse Sérgio Guzzo, gerente de marketing da empresa, no www.iniciativajovem.org.br

Monsieur Deli. "...nasceu da busca de um ícone realmente memorável para a marca e que pudesse transmitir todo o prazer sensorial que a Delícia oferece”, conta Siqueira, diretor de criação da Troop, agência responsável pela criação do gourmet francês, no www.portaldapropaganda.com

É feio, mas tá no mundo


Por Raul Otuzi

Pasmem! Tem publicitário e cliente que levam o título aí de cima como inspiração para as suas vidas. Por isso, não sentem nenhum remorso em criar/aprovar/veicular anúncios do tipo “é o cão chupando manga.” Chamam a atenção, eles argumentam. Argumentam??

Júlio Ribeiro, da Talent, disse uma vez que uma coisa que ninguém perdoa em um anúncio é a chatice. Ninguém gosta de anúncios chatos, ok. Mas daí eu pergunto: e a feiúra, a tosquice bizarra, Júlio, pode ser perdoada na propaganda? Só se for para rir.

Aliás, acho que esses dois anúncios que a Silvia Bollinger me enviou são brincadeira (só pode ser, torço para isso, muito). Porque, além de tudo, a Dicorp é uma clínica de medicina estética. ESTÉTICA. Vocês leram direito. Seria cômico se não fosse trágico.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Coincidência, referência ou chupada?


Por Raul Otuzi

Que a campanha da Timberland é incrível, não tenho dúvidas. Agora, o mais incrível é a incrível semelhança com o anúncio que a Publicis Salles Norton criou para o Vick Vaporoub.
(Redação: Arício Fortes. Direção de arte: Jack Ronc).

As peças são tão iguais que Henry comentou o seguinte aqui no blog: "Essa campanha - a da Timberland - é muito boa. Acho q entrou no shortlist em Cannes. Só não levou Leão pq tinha uma peça de Vick idêntica. Uma latinha de vick segurando a janela e uma assinatura: 'respire'."

E aí? O que vocês acham? Alguém copiou alguém? Se sim, quem chupou quem? Isso é relevante, ou no problem já que são anunciantes de segmentos diferentes? E o mais importante: quem nasceu primeiro? O ovo ou a galinha? Comentem, comentem.

A vida é lá fora


Olha aí a campanha da Lew,Lara para a Timberland, que deu origem ao melhor anúncio da Revista Veja desta semana, para o Junction II. Que visual, fala sério! Redação: Manir Fadel. Direção de arte: Nando Zenari.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Comportamento de saia






Por Henrique Tucci.

Bailarina, balão, de odalisca, envelope, franzida, godê, plissada, reta, hippie ou mini. Não importa. O que importa é que a dona delas chegou. É isso aí! A “dona da saia”, Taísa, agora também está aqui entre nós. Esta talentosa psicóloga e publicitária estará participando como colaboradora internacional deste blog. E isso é duca! Porque além de rodar as saias em seu blog, também especializado em publicidade, Taísa está em Londres, aprofundando seus conhecimentos em um assunto que é sempre apaixonante: o comportamento do consumidor.

Fico muito feliz com essa nova e charmosa colaboração que, com certeza, vai enriquecer muito nossos debates. Agora podemos trazer à baila os hábitos de consumo e curiosidades sobre consumidores brasileiros e internacionais. Aguardem fotos e comentários de nossa amiga de saia. Seja bem-vinda, Taísa!

Conheça o blog da Taísa: http://www.publicidadedesaia.blogger.com.br/

O melhor anúncio de Veja


Por Raul Otuzi

Timberland é sinônimo de calçado de aventura. Por isso, o briefing para divulgar o Junction II não poderia ser outro. Comunicar esse espírito aventureiro. Não importa o produto, Timberland deve sempre expressar tal conceito. É o que a deixa memorável e desejada. Então o que a Lew,Lara fez? Um belo anúncio, mais uma vez.

O título é provocativo, irônico, verdadeiro: “Aproveite. O Brasil tem a maior floresta do mundo. As praias mais lindas do mundo. E a pior programação de domingo do mundo.”

O texto vai direto ao ponto, mistura atributos com uma breve descrição dos locais de uso:
“Junction I. O solado B.S.F.M antiderrapante e a palmilha de E.V.A com proteção para os dedos mantém a sua estabilidade e o conforto em caminhadas por rios, praias, pedras e lugares úmidos. E a resistência do couro nobuck garante que nada disso vai parar você.
A VIDA É LA FORA.”

Por último, temos a imagem. E em vez de mostrar o produto em ação (dejà vu demais), a saída foi mostrar o produto em primeiro plano e a natureza de fundo. Peraí, mais isso também é dejà vu demais, então qual o pulo do gato?

A grande e sutil sacada está no porquê a natureza está de fundo. Porque o Junction II está segurando a porta, abrindo uma nova possibilidade, deixando você livre para sair de casa e curtir uma aventura. A natureza está de fundo para fazer um chamado: vem cá. Afinal, a vida é lá fora, entendeu?

Veja: cadê os anúncios criativos?

Por Raul Otuzi

O melhor anúncio de Veja desta semana vai para... Timberland. O anúncio é muito bom, mas cá entre nós, senti falta de uma concorrência mais acirrada.

Tem um anúncio interessante do Unibanco sobre o 13º, e um ou outro mais legalzinho. Só. De resto, tudo muito igual, sem impacto. Nenhum anúncio chama lá muita atenção, com exceção de um seqüencial de 16 páginas da Minuano. Mas aí é covardia, né, 16 páginas são 16 páginas.

Título bacana à procura de uma direção de arte idem

Por Raul Otuzi

Na semana passada, elogiei o título de um anúncio que saiu na revista Veja: “Peru Sadia e Fiesta Sadia. Um par tão perfeito quanto feliz natal e próspero ano-novo.”

Na Veja desta semana, mais um título bacana: “Ceia começa C. Mas, se começasse com S, também faria sentido.”

O que não consigo entender é essa direção de arte. Continua a mesma: fe-ia. Para quem ainda não viu, veja aí. Fala sério, o que vocês acham? Dá vontade de recriar o anúncio, não é?

Pois se você for diretor de arte, mande pra gente uma sugestão de layout mais sadia. Merece. ehduca@hotmail.com

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Faça um anúncio melhor que esses


Imagine a cena: o atendimento da agência chega e diz que tem um super-fantástico-hiper- mega job pra você, que acabou de entrar na criação da agência.

O cliente é o Sutiã Up (nome fictício, né?). Este produto tem tecnologia push up, que aproxima, levanta e aumenta os seios.

Você fala: “Puuuuuuuuuxa, minha chance, vou provar meu valor. Cadê o briefing?”

O atendimento então joga na mesa esses três anúncios e diz: Toma o briefing, é a concorrência. Você só precisa fazer um anúncio melhor. Faça melhor que esses.”

E aí? O que você faz? Mande a sua solução criativa para ehduca@hotmail.com
até o final do ano. O melhor ganha: PARABÉNS, a publicação do anúncio aqui no ehduca e um outro prêmio que a gente ainda está estudando, porque sabe que você precisa de muito mais motivação que isso, né, vida boa?

Agora tirando o lance do concurso, a gente pergunta: qual desses anúncios você acha o melhor? Comente, comente. Depois você confere a análise ehduca.

Caboré: O Profissional de Criação 2005 não faria faculdade de propaganda. Não??

Átila Francucci
Foto: www.portaldapropaganda.com

Átila Francucci, CCO – Chief Creative Officer da JWT, é o Profissional de Criação do Prêmio Caboré 2005, da Meio & Mensagem (www.mmonline.com.br). A premiação aconteceu no último dia 5 de dezembro.

Francucci passou pela DPZ, AlmapBBDO, Young & Rubicam e Lowe Lintas, de onde saiu para abrir sua própria agência, a Cápsula. Depois foi para a Fischer América e em maio de 2004 chegou à JWT como VP de Criação.

Conquistou leões em Cannes, prêmios no Festival de Londres, Festival de Nova York, Art Directors NY, The One Show, entre outros.

Neste ano, ele foi um dos jurados brasileiros em Cannes, na categoria Films. Francucci tem pouco mais de 40 anos e 15 de carreira. Ué, então ele começou tarde e teve um crescimento fulgurante? Pois é.

Em uma entrevista concedida ao Clube de Criação do Rio de Janeiro (http://www.ccrj.com.br/)
e publicada em setembro do ano passado, o Profissional de Criação do Caboré 2005 dá o caminho do ouro:

“Em função de ter começado tarde, aos 29, fiz muitas coisas antes: eu fui despachante operacional de vôo, sonoplasta, técnico em eletrônica, um monte de coisas foram acontecendo, que no fundo me ajudam. Hoje você tem uma geração que começa aos 20 anos, saindo da faculdade, e ela é educada no anuário, educada no mundo da propaganda. Ela não tem a coisa da cultura popular... Eu adoro a minha profissão, se voltasse no tempo, eu seria de novo o que eu sou. Mas não sei se eu faria faculdade de propaganda, talvez eu fizesse filosofia, outra coisa. Se fosse para mudar alguma coisa seria por aí.”

Viu, galera? Mais uma vez: beber só da propaganda não rola. Faculdade é importante, mas não basta. Referência, bagagem cultural é tudo. TU-DO. Com atitude, é lógico.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Vai levar esse?

www.abraep.com.br
Olha só. Mais um concurso. Este da Associação Brasileira dos Estudantes de Publicidade. Achou que estava de férias? Que nada. Bote a cabeça pra funcionar, querido aluno. O dia D para o envio dos trabalhos é 16/12. Tem tempo, hein? Portanto ache uma idéia que ehduca.

Emprego fácil.





John Hegarty
da BBH


Por Henrique Tucci

O Jornal Inglês Media Guardian publicou no dia 05 de dezembro uma entrevista com John Hegarty, um dos fundadores da Bartle Bogle Hegarty, a BBH, que pertence ao Grupo Publicis e que no Brasil tem parceria com a Neogama.

A agência de Hegarty passou por um ano afortunado, literalmente. Ganhou as contas milionárias da Persi/Omo e British Airways. Mas parece que ele acordou de ovo virado quando deu essa entrevista, afirmando que é cada vez mais difícil achar pessoas talentosas em nossa profissão. Esta “crise” pela qual passam as agências, segundo ele, é causada por dois fatores principais: a sofisticação atual da indústria e o novo e complexo cenário da mídia.

Concordo plenamente com Mr. Hegarty quando ele afirma que recrutar pessoas criativas sempre foi difícil e que atualmente tem sido ainda mais complicado. Porque também acredito que existe uma revolução na forma da transmissão do conhecimento. E essa mudança ainda não está sedimentada o bastante para que seja eficiente. Na minha opinião, essa “crise” faz parte de um processo inevitável de transformação: a educação cada vez mais virtual. Em todos os sentidos. A web nos dá a tão sonhada liberade de ir e vir entre bytes e informações. Mas com essa liberdade toda, algumas pessoas ficam na superficialidade. E por isso, em nossa área, tem muita gente que descobre um pouquinho de cada coisa e já se acha Diretor de Criação. Assim mesmo, com maiúsculas. Mais uma vez pula na cara da gente a importância de uma formação sólida e abrangente. Afinal, bons Diretores de Criação têm emprego fácil. Alguém se habilita?

E deixo aqui minha provocação de hoje: você acredita que também estamos vivendo essa “crise”, aqui no Brasil?

Conheça um pouco mais sobre a BBH: http://www.bartleboglehegarty.com/