quinta-feira, dezembro 15, 2005

Reino de iletrados pode ter redatores como reis?

Por Henrique Tucci

Acredito na força inigualável dos títulos. Vivo desse ofício de escriba e não posso negar minha raça. Por isso, pra mim, campanha tem que ter textos de primeira. Não importa se curtos ou longos, mas sempre textos inteligentes. Acho que a direção de arte é importante, principalmente para um anúncio all-type. Mas será que o texto é a melhor ferramenta para um País que, dizem, não tem leitores? Eu acredito que sim. E já que o assunto é o texto, aproveito para lembrar uma importante agência que tem campanhas e redatores geniais.

A Fallon McElligot sempre foi uma grande referência para mim e para o mercado mundial da propaganda. Em primeiro lugar, pelos anúncios. Em segundo, por ser uma agência de redatores, um sonho de consumo até certa fase de minha vida profissional. Meu primeiro contato com o trabalho destes criativos foi em 1989, com os anúncios da revista Rolling Stones. Campanhas fabulosas como a da Igreja Episcopal fizeram a fama da agência e são até hoje marcos da propaganda internacional. Os títulos sempre geniais e instigantes praticamente dispensavam muitas firulas visuais.

Desde 2002 a Fallon tem seu escritório em São Paulo. E no Brasil também esbanja títulos invejáveis e campanhas memoráveis. No comando da agência, e da Criação, está Eugênio Mohalen, um dos redatores mais premiados do Brasil com 350 prêmios só no Anuário do Clube de Criação de São Paulo, além de nove Leões em Cannes. Até o currículo dele deve valer prêmios. E alguns trabalhos recentes da Fallon para Carta Capital, United Airlines e Center Norte mostram que a agência não está brincando nessas terras tupiniquins.




Eugênio Mohallen
Presidente/Diretor de Criação
Fallon Brasil


Eugênio passou pelas agências AlmapBBDO, Talent e DM9. Escreveu o Manual do Estagiário com dicas para os iniciantes em propaganda, que fez grande sucesso na internet, foi reproduzido na Espanha, Argentina, Uruguai, Paraguai, Panamá e depois virou livro. Em 2004, lançou o livro Razões para bater num sujeito de óculos, pela Editora Planeta.








E pra você? Texto ou direção de arte? Vamos tentar entender a preferência de nossos leitores!

16 comentários:

Anônimo disse...

Sobre a importância dos textos? Vou usar uma frase do Ricardo Chester: "A Bíblia é alltype".

É isso.

Anônimo disse...

Essa é boa, Henry. Eu não conhecia.

Anônimo disse...

80 centavos do dólar. É assim que o David Ogilvy definia a importância de um título. Falar oq? Só que, qdo um anúncio tem um título interessante, surpreendente, inteligente, ele se torna parte da vida das pessoas. Como aconmteceu com um amigo meu, totalmente leigo em propaganda, mas por saber q eu trablho num agiencia, guardou um anúncio mto legal. e de quem era? Ojá citado Eugienio Mohallem, pra carta capital. O que prova q, qdo a propaganda é boa, até leigo entende.

Anônimo disse...

Gosto mais de sacadas visuais. Vai ver que é porque quero ser diretor de arte, mas isso não quer dizer que não gosto de um bom texto. Acho que os dois se completam, como feijão com arroz.

Anônimo disse...

Sou diretor de arte. Mas começo o processo criativo procurando pelo título. Título é a alma. Mas sem o corpo (visual) pode ficar sem graça.

Assim como já tive muitas sacadas visuais que não tiveram um título a altura. Também fica sem graça.

Unknown disse...

Gossage dizia: "As pessoas não lêem anúncios. Elas lêem o que interessa a elas. De vez em quando isso é um anúncio."
Só faremos anúncios interessantes quando tivermos um bom casamento entre texto e layout. E isso vale para as situações extremas. Se o layout falar sozinho, o texto que se cale. Se o texto for matador, o layout que sirva de megafone. Tirando as revistas de fofoca, um casal que vive em conflito não é bem-visto por ninguém.

Anônimo disse...

Antigamente, o conteúdo era dado pelo texto e a forma pela arte. Hoje não existe mais essa separação. Um texto all-type "possui" a arte adequada ao seu fim, bem como um anúncio sem texto possui imagens que "falam" por si e transmitem o conteúdo. Na minha humilde opinião, SÓ O CONCEITO SALVA...rs.

Anônimo disse...

a bíblia é all type, mas...

QUANTOS JÁ A LERAM?

Anônimo disse...

A Bíblia é o livro mais lido do mundo.

Anônimo disse...

Um anúncio tem que dar no mínimo dois. Se der três é genial. E se der um, bem, se der um faça mais. Juntas, direção de arte e redação se complementam. Pode ser um anúncio de Havaianas onde o visual é tudo e um bom título deixa a peça ainda mais agradável, como também pode ser uma campanha da The Economist onde o texto é tudo e o visual chama a atenção do leitor.
De nada adianta a direção de fotografia ser exuberante se o roteiro não acompanha (a recíproca é verdadeira). Você vai acabar dormindo no meio do filme.

Anônimo disse...

Trabalho com direção de arte, e independente de onde começo o trabalho, com um título ou uma imagem, sempre tento fundamentar ao máximo meu trabalho. Mas tenho como princípio, através do trabalho visual proposto, potencializar a mensagem, e quando penso em mensagem, pensa nela tanto verbal quanto visual.
Não separo texto de imagem, penso que em comunicação, deve-se usar muita sinergia, fruto da união de dois ou mais elementos para gerar um resultado.

adilson terrivel disse...

vá vááááá... isso aí é tudo papo de redator, hehehehe...

Anônimo disse...

A Bíblia é a publicação escrita MAIS VENDIDA no mundo. Mais lida também? Provavelmente sim. A questão que eu levantei é a seguinte:

Quantos DE NÓS já a leram?

Argumentos rasos e falaciosos, repetidos impensadamente, não permitem a boa discussão.

É claro que o texto é importante. É claro que a Bíblia é all-type (embora existam versões com mapas, infográficos e reproduções de obras sacras).

Dizer que o texto verbal é mais importante que o texto não-verbal é tão pífio como dizer o contrário: que um símbolo de um cigarro sobre o qual se dispõe um círculo cortado por uma tarja diagonal possua uma carga maior de significado do que um cartaz em que se lê "Probido fumar".

Anônimo disse...

A Bíblia é all-type.
Show, matador.

Anônimo disse...

Depois do anúncio do Clube de Criação com o Valor Econômico "Tem gente achando que você é analfabeto, e você nem desconfia" começei a ter a formar minha opinião sobre esta questão DA x Redatores..

Trata-se de um anúncio alltype, pb, com um texto que parece um manifesto! Ao final eles, Ruy Lindemberg e para o Javier Tavalera, pedem para quem leu enviar um comentário, o resultado foi impressionante, tanto que resultou num livreto com todas as respotas.

Consegui um link para o texto do anúncio: http://www.concatenum.com/textos/20010813a.shtml

[]s

Anônimo disse...

Esse texto "Tem gente achando que você é analfabeto, e você nem desconfia" é muito show. Todo candidato a redator deveria sabê-lo de cor. E salteado!!