Por Henrique Tucci.
Finalmente chegou a mídia que vai desbancar a TV, ou melhor, neste caso, desbundar. E que, com certeza, será um sucesso desfilando pelo Brasil.
É isso mesmo! Brincadeiras à parte, esta pérola da mídia é um produto da Ass-Vertise!, uma agência filiada à empresa de marketing criativo Night Agency. Como o próprio site da empresa revela, o serviço é baseado em uma filosofia bem simples: se você quer ser visto, esteja onde as pessoas já estão olhando. A comunicação vai direto ao ponto. Você coloca o logotipo, endereço de internet ou uma breve mensagem na parte traseira de uma calcinha ou cueca. As pessoas usadas como mídias-ambulantes são belos modelos que sempre apresentam a propaganda depois de criar um “clima favorável” com o transeunte. E o gesto de mostrar o derrière é geralmente acompanhado de um sonoro “Ei!, dá uma olhada” ou o slogan do anunciante. Os “agentes” ou “embaixadores da marca”, como Ass-Vertise! chama os modelos que vestem as peças publicitárias, são pessoas bonitas e bem escolhidas para representar seu cliente com humor e graça. Confira em: http://www.ass-vertise.com/
Parece incrível, mas os brasileiros foram bem mais recatados no uso da “nova mídia”. A Fischer América anunciou recentemente a Rio Listas utilizando apenas os bolsos traseiros das calças jeans de 12 modelos que andavam pelas ruas da cidade maravilhosa. E, pelo jeito, o traseiro masculino ainda é tabu por aqui. Os homens brasileiros não estão sendo usados como as máquinas publicitárias que poderiam ser.
Enquanto não chegam novidades nesta área, vamos observando a desenvoltura deste belo espaço publicitário nacional.Mas ficam algumas perguntas. Onde mais podemos chegar? Rolos de papel higiênico? Camisinhas? Quem será o primeiro anunciante com placas na lua? E onde fica a privacidade? Qual é o limite entre a oportunidade e o oportunismo? Podemos avançar sem invadir, ainda mais, espaços íntimos? Acho que, na verdade, a publicidade está perdendo os limites. E isso é positivo ou negativo? Está reaberto o debate!
Qual será a próxima grande oportunidade de mídia?
23 comentários:
Tudo é mídia. Mídia é tudo.
Hoje a criação ficou em segundo plano. Não que não seja importante. Mas garantir 'notoriedade' em qualquer, qualquer lugar é o mais importante. Por falar nisso, já alguma coisa de propaganda em papel higiênico. Só não me lembro onde...
Só digo uma coisa: se a mulherada já é super explorada em campanhas de cerveja, etc, imagina se essa moda pega...
"Então, quanto tá custando a veiculação na bunda da Juliana Paes? E da Fernanda Paes Leme?"
Sei lá, a ideia é bacana mas eu tenho um pouco de receio sobre essa "nova mídia".
No início pode ser bem bacana, como novidade e tal, mas depois que o pessoal acostumar vai fica um pouco batido.
Imagino um marido ao lado da esposa olhando para a bunda de uma bela modelo, a esposa lhe dá uma bela bronca e ele vira e fala:
"Não amor, imagina, é que eu estava anotando o telefone daquele lava-rápido ali, que isso..."
Acho que ações desse tipo geram mais notícia para a imprensa, para a mídia especializada em propaganda do que resultados efetivos para o cliente.
Qtas pessoas são atingidas? E aqueles que ficam com antipatia por uma ação tão abusada? Sei lá.
Só se a marca, claro, for muito ousada, adequada para uma propaganda tão sensual. O que vc acha, Tucci?
O cara aí de cima, sou eu.
Pelo meio ser tão importante quanto o conteúdo, cada vez mais, tudo está se transformando em mídia. Acredito muito que daqui pra frente esses meios alternativos e instigantes vão roubar mais verbas da revista, jornal, etc. Não que esses veículos tradicionais vão entrar em extinção, mas eles vão prder espaço sim. Enquanto ao limite da publicidade, acredito que ela está perdendo sim: bundoor, tatuagens...preoucupante.
Thiago, não acho preocupante não. Acho saudável. É conseguir fazer um barulho com uma verba pequena.
É atingir o cliente na rua, na hora, de forma mais contundente. É gerar boca-a-boca. Acho que é uma boa alternativas essas mídias não-convencionais. Abraço!
Concordo com o Thiago...
As mídias alternativas , num pouco espaço de tempo, abocanharão cada vez mais a verba dos meios tradicionais.
Atualmente, o q chama a atenção é o novo...independente da sua essenciabilidade...queremos o novo...essa nova mídia, "mata" essa desejo...d vermos o "não-visto"...
Mas, as empresas de publicidade correm um grande risco nesse processo: se naum for tratada com cuidado, as novas mídias vão chamar mais atenção do q a própria propaganda...ou alguém sab qual era o anunciante q estava na calcinha da moça (foto do tópico)?
Acho que o maior problema dessa mídia, e não estou brincando, é a falta de padronização. Os meios revista, outdoor etc têm seus formatos bem definidos. Você paga por algo que pode ser medido. Mas e no caso dessas bundas? Cada um tem uma bunda de um tamanho. Não dá pra saber se o seu anúncio vai ter visibilidade ou não. E mais, na revista existe uma preocupação para que o texto não caia na dobra. Já aqui, parece que quanto mais na dobra mais interessante é pro anunciante.
Rêrêrê.
Tô rindo até gora, Ad Addicted!
Valeu pelo bom humor. Muito bom!
Bom Visceral, respeito sua opinião, mas não há como concordar. Em minha opinião, existem valores muito mais importantes do que simplismente vender. É interessante chamar a tenção, fazer buzz, destacar marcas de uma forma diferenciada em um cenário hiper competitivo? não. É fundamental. Mas tudo tem limites. Respeito, privacidade, nós como profissionais devemos ter, e infelizmente, acho que estamos caminhando para um caminho contrário.
em alguns casos...desculpem a generalização.
Thiago,
Acho saudável novas alternativas de mídia. Acho saudável sair do esquema novela, jornal nacional, fantástico.
Lógico que o buzz, como vc denominou, tem que ser relevante e respeitar o consumidor, mas é um caminho sem volta. As ações promocionais, o marketing de guerrilha, as new mídia chegaram pra ficar. Acho mais é bom. Mais lugar, novas opções pra toda essa galera que sai da faculdade trabalhar.
Isso Visceral....concordo plenamente com vc. Só tenho medo de até onde essas novas alternativas podem ir entendeu? A tendência é que formas inusitadas, abusivas e pouco democráticas apareçam. Fazendo da nossa classe meros capitalistas, e não vendedores de idéias. Mas quanto mais alternativas criativas e pertinentes aparecerem...porra..Bingo!!! Abraço!
Vamos lá, pessoal! Vou tentar responder um pouco de tudo que vocês têm falado. Me desculpem se não conseguir fala de todos. Mas continuemos o debate!
1: Fausto, qualquer mídia vai ser muito mais eficiente se a mensagem ficar no mesmo plano que a meio. Os dois são importantes. E com certeza, o que faz o sucesso de qualquer mídia alternativa é a novidade... depois ela também cai na paisagem... literalmente.
2: Olá! Maxx. Eu aceito e confesso: somos, com certeza, especialistas em rasgar a seda e jogar confete em nossas idéias pra valorizar novas proposta junto aos clientes, não é mesmo? Mas essa mídia tem público certo, produto certo. Com certeza mais apropriada para produtos jovens. E com certeza funciona em certa medida. Como eu já disse um pouco antes, no começo, o ineditismo chama a atenção – todo mundo vai aproveitar a desculpa pra dar ibope ao produto. Mas depois, como toda novidade, perde um tanto de sua força e fica mesclada na paisagem. Típico de uma mídia que não é para as massas, nem para religiosos, nem para alguns outros públicos.
3: É Duccini, o duro é que o mundo está sempre muito mais lúdico do que a gente imagina. Na pesquisa que fiz para montar este post, encontrei muitas outras mídias bem diferentes. O Bundoor é mais uma forma de mídia inusitada e extravagante, como a publicidade em tatuagens definitivas, que já apresentamos por aqui. E a excentricidade não pára por aí. Já temos notícias de espaços publicitários vendidos na testa de estudantes, na forma de tatuagens temporárias, na época de vestibulares ou para venda de jornais nas ruas; marcas de pizzarias assadas nas massas, as chamadas “Gourmet Impressions” e mensagens no fundo de piscinas. Gramados de campos esportivos, banheiros, bandejas e toalhas de aviões já são espaços cativos para o marketing.
4: Outro fato me chamou a atenção. Como todos sabem, hoje em dia temos pessoas desabrigadas por todo lado, em todos os países – a matéria do Fantástico deste final de semana foi contundente. Seria, então, uma boa dica sugerir às empresas anunciarem nas placas das pessoas sem-teto que pedem à beira da estrada? Pois a Pizza Schmizza de Portland, Oregon, EUA, já fez isso. O que foi considerado por muitas instituições como um ato abusivo, para alguns sem-teto gringos foi a garantia de alimento. Qual será o limite?
Outra empresa estadunidense chegou a anunciar uma marca de roupas íntimas masculinas em banheiros através de um sistema ativado por movimento. Quando o consumidor chegava perto do urinol, uma mensagem gravada era disparada perguntando se ele já não tinha vindo ali com aquela peça íntima. O que vocês acham? Falem comigo!
Pode ser, Tucci. Nunca tinha pensado nisso. Que a mídia deixa de ser alternativa depois que todo mundo começa a usá-la. Constatação óbvia, mas que eu não havia percebido...
Enfim uma mídia que bate direitinho com a personalidade de boa parte de nossos clientes.
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