terça-feira, maio 16, 2006

Deu no The Guardian.












Anúncios mostram estudantes de sucesso e suas conquistas.




Campanha de escolas públicas mexe com o orgulho de Londres.

Por Henrique Tucci.

A profunda crise social que o Brasil viveu nestes últimos dias só serviu para confirmar que não há esperança de justiça sem um profundo trabalho de base, que garanta educação de qualidade para todos, desde os níveis mais elementares. Só podemos falar em equilíbrio social com o equilíbrio de oportunidades. E isto só vai ocorrer quando houver uma grande melhoria em todo o sistema educacional brasileiro, que permita que todas as pessoas estejam preparadas para participar deste mundo cada vez mais competitivo. E assim, também garantam seus direitos. Não de uma forma paternalista, que só valoriza aqueles que se nutrem de publicidade gratuita às custas da incapacidade e do sofrimento de um semelhante. Mas de uma forma que valoriza o cidadão, que aprende a ser autônomo, confiante e possa viver de forma honesta, com dignidade, a partir de seu próprio trabalho. Defendo a igualdade. Enquanto não incluirmos todos em nossa sociedade, seremos todos excluídos da justiça.

Sem o objetivo de nenhuma comparação, acredito que vale a pena ver um exemplo de movimento de valorização da educação. Repito, este é apenas um exemplo de que é possível e necessário cuidar dos nossos problemas a partir da educação, e não uma comparação entre países tão diferentes. Porque acredito que a publicidade tem seu papel. Por isso, ao trabalho, pessoal.

O governo inglês está lançando uma campanha publicitária com o tema “Londres tem orgulho de seus estudantes” para tentar mudar a percepção pública que as escolas estaduais de Londres são de baixa qualidade. Nesta campanha de mídia exterior, o objetivo é mostrar estudantes de sucesso e suas conquistas em diferentes peças que serão fixadas em estações de metrô e envolverão alguns ônibus na capital.

Em cada anúncio, um aluno e suas realizações têm destaque, como Tyrone Ramsey, campeão de basquete na faculdade St. Aloysius, uma escola estadual em Islington. Os protagonistas serão no total oito alunos com destaques em matemática, negócios, esportes e artes.

A campanha, criada pela Leo Burnett, faz parte da estratégia de comunicação de uma ação lançada por Tony Blair para mudar as escolas secundárias e melhorar o sistema educacional da capital inglesa. A estratégia do governo inglês para educação inclui significativos investimentos nas escolas para melhora nos padrões de ensino. E a campanha publicitária pretende utilizar as conquistas dos estudantes como exemplo para que outros também busquem seu caminho para o sucesso. Este programa governamental teve início em 2003 e tem uma programação para cinco anos. De acordo com dados oficiais, os resultados começam a aparecer: o número de alunos com bom desempenho dobrou em relação a 2001.

Agora é com a gente. Vamos sair da inércia e fazer cumprir nosso papel na sociedade. Somos comunicadores, formadores de opinião. Pense com responsabilidade: o que você poderia fazer de produtivo e relevante para resgatar nossa dignidade?

Um abraço!

Tucci

26 comentários:

Anônimo disse...

O Tucci só manda uns assuntos chatos. Cadê o Raul? Raul, manda o desafio.

Anônimo disse...

Concordo que a raíz da maioria dos nossos problemas se convergem para a educação.
Seja qual for o problema, ele tem o seu início na base educacional, que por desleixo dos que preparam o conteúdo ou até mesmo a falta de incentivo financeiro, não têm o mesmo apetite em ensinar seus pupilos e aprendizes a serem seres humanos acima de tudo e a respeitá-los como mestres e não como funcionários que estão ali apenas pra cumprir o papel de um mero professor.
Faltam aulas de ética, organização, responsabilidade social, aulas de disciplina, como cuidar da saúde e aproveitar a vida bem, como gerenciar suas finanças, ajuda em qual curso universitário você deve escolher, enfim, isso tudo poderá ajudar a formar pessoas melhores e mais incorruptas, que irão tirar esse país da inércia e começar a mecher os motores da evolução. Porém ainda falta o principal. A boa vontade dos governantes, que não sabemos quando irão colocar projetos de lei, estagnados na câmara, em prática.
Quem dera se o nosso país fosse mais politizado e consciente da situação em que estamos. Além dessa onda de corrupção, que de tão absurda, parece não ter caído a ficha ainda na cabeça dos brasileiros, existe uma desigualdade social tão grande, que permitiu a formação de um estado paralelo formado nas favelas, onde o governante é o traficante que abastece os desiludidos com a vida fora da favela e fazem de tudo pra sobreviver, encontrando ali sua principal esperança.
Muitas vezes preferimos fechar nossos olhos pra aquilo que nos incomoda como as crianças nas ruas, a pobreza, a desnutrição, e outros males da nossa sociedade, mas quando abrimos eles é que ficamos lúcidos ao encarar a realidade com a qual vivemos e tentar fazer alguma coisa pra mudar.

O governo podia começar a pensar nisso e tomar como referência as campanhas e os incentivos dados à educação pelos países de primeiro mundo. Uma campanha publicitária como essa pode mover e conscientizar muito mais os pobres meninos a lutarem mais pelo seu espaço social do que apenas falar e falar em frente a televisão no horário nobre, que o governo investiu tantos milhoes em educação e de nada adiantou.

Abraços.

Anônimo disse...

O livro do Bruno Lage já está nas livrarias.
Compre já o seu, senão ele vai continuar escrevendo aqui.

Anônimo disse...

Não quero transformar essa discussão em um tema político pessoal! Vamos falar de comunicação. É essa a nossa praia e não a política.
E quanto ao comentário do anônimo. Só posso dizer que lamento. É esse tipo de atitude que não ajuda a mudar o nosso mercado publicitário, fruto do resultado de vendas para o grande público que vive na desigualdade, e por isso com um poder aquisitivo cada vez pior. Um abraço! Tucci

Anônimo disse...

Eu sou o anônimo. Estou em greve de fome até obter o meu direito de resposta.
A propósito, o livro deveria chamar:
O poder da síntese.

Anônimo disse...

Bruno, aproveite a sua lage para fazer um churrasco e falar todas as bobagens que quiser aos seus amigos. Vão estar todos bêbados mesmo, não vão se importar em ouvir.

Anônimo disse...

Nada de comentários maiores do que os textos comentados, ok, pessoal. É a última vez que eu vou falar. Que coisa...

Anônimo disse...

Parabéns pelo post, Tucci. Mais uma vez trouxe informações bacanas, relevantes e pra lá de oportunas. Aliás, educação (claro!) sempre vai ser um assunto extremamente discutido por nós, não só porque somos professores, mas porque existe muita gente mal-educada (os exemplos são inúmeros) nesse país. Um abraço.

Anônimo disse...

ao invés de postar criticas sobre o meu comentário, vocês deveriam postar sobre o assunto que realmente interessa e fazer uma discussão sadia sobre o assunto.
Sobre meu post fernanda, não sabia que existia limite de caracteres..

Anônimo disse...

é por pura falta de educação e de conhecimento que o Brasil se encontra da maneira que está. Em primeiro no ranking do futebol mas em penúltimo na distribuição de renda. Acho que isso sim é importante debater. E acho mais. Acho bom quando a gente escreve um comentário que parece que vai ter algo que se aproveite mas na verdade é só uma enrolação pra você ler até aqui e descobrir que eu só tava de sacanagem. bem-feito quem mandou perder o seu tempo lendo comentários de blog. vai trabalhar pra ver se sai algo que presta.
E mais uma vez parabéns a todos.

Anônimo disse...

Poderiamos fazer campanhas que tivesse algum tipo de lição em seu conceito, que passasse uma msg otimista sobre a educação brasilira e uma mudança de visão quanto as escolas.
Um exemplo de campanha q pode melhorar as relações entre as pessoas é o case clássico feito pelo Oliveto - "Não basta ser pai, tenke participar" ( a frase é mais ou menos essa).
Se ouvessem campanhas que revitalizassem a visão da escola incorporando uma nova roupagem, quem sabe, as nossas crianças gostariam mais do estudo e a população lutaria por uma melhora do sistema escolar brasileiro.
Esse é uma das coisas q poderia se fazer.

Anônimo disse...

e talvez as pessoas não escrevessem "ouvessem" quando querem dizer, na verdade, "houvesse".

Anônimo disse...

ah, mas é o Chico, tem que relevar.

Anônimo disse...

é...

desculpa galera, skeci d por o "h"...

e, qualquer outro erro, relevem.
Dei mais importância ao conteúdo. É um erro meu.

Anônimo disse...

Chico, o clássico "não basta ser pai, tem que participar. Não basta ser remédio, tem que ser Gelol" não é do Olivetto. É do Duda Mendonça.

No mais, concordo com você. Acho que devemos fazer alguma coisa sim pra ajudar a mudar a situação do país. O complicado é saber o quê e como. As campanhas atualmente focam demais no umbigo do anunciante e pouco no bem estar do público-alvo. Não que todas as campanhas tenham que ter um apelo social, mas acho que muitas empresas com posicionamento bem definido poderiam investir em campanhas desse tipo, ajudando a sociedade e, de quebra, suas próprias marcas.

Anônimo disse...

Valeu Carlos...

errei feio agora :)

Anônimo disse...

A comunicação pode contribuir para o bem quano para o mal. E é nesse poder de contribuição que devemos nos apoiar. Uma campanha social pode sair através de pessoas realmente envolvidas com alguns interessados como o Tucci, o Bruno e entre outros que podem cooperar para um projeto bem bolado.

Grana existe pra isso, por isso já existe o Marketing Social, empresas idem para investir. É só arregaçar as mangas e fazer.

É uma proposta. Quem acham?

Anônimo disse...

Claro, Carlos L., uma empresa vai investir milhões para ser boazinha com os outros e "de quebra", ajudar sua própria marca.
Assim como é idiota tratar a propaganda como o vilão do mundo, como fazem os que tiram propagandas do ar, também é idiota achar que a propaganda tem a obrigação de salvar o planeta.
Sejam menos infantis.

Anônimo disse...

Que lixo essa campanha inglesa, ninguém vai comentar isso? Os caras estão com cara de otários e o da direita está azul, como o carinha que escreveu um texto no EhDuca outro dia. Pra fazer isso não precisava ser inglês. Até o Chico fazia. Sorry.

Anônimo disse...

Fernando, o anuncio eh ruim, mas pelo menos nao eh copiado, como o do Guarana Mineiro. Ih, deixa eu ficar quieto, pq o Raul defendeu o cara no fim das contas...

Anônimo disse...

Caro Anonymous,

existe um livro chamado Marketing Social, escrito por Pringle e Thompson, membros de, se não me engano, um braço de ações sociais da Leo Burnett inglesa. É bastante interessante e mostra como é possível aliar boa propaganda à causas sociais. Lá você vai ver também que, como afirma Jacques Séguéla, vice-presidente do grupo Havas em entrevista à edição de 25 anos da Meio & Mensagem, não se trata de ser "boazinha" ou não, mas sim, de uma tendência mundial.

Dá uma lida, estuda mais um pouco e depois venha conversar. Não tem graça discutir com quem está desinformado e não sabe do que está falando.

Anônimo disse...

A educaçao é a base de um país forte aliado ao investimento tecnologico! A partir do momento que os engravatados perceberem isso, deixem conosco: jornalistas, publicitarios enfim, formandores de opniao, a responsabilidade de informar ao povo.

Anônimo disse...

livro tem pra todo gosto. isso não quer dizer que tudo seja aconselhável. o da bruna surfistinha recomenda transar com 3000 caras. alguém vai querer seguir?

Anônimo disse...

Carlos L., dizer que eu sou desinformado e tentar desmerecer meus argumentos com essa afirmação, sem base nenhuma, prova que você é mesmo um bobão. Fazer marketing social é uma coisa, outra, bem diferente, é essa bobagem que você disse de empresas "pararem de olhar para o próprio umbigo" e passarem a cuidar de passarinhos. Se você gosta de passarinhos, azar o seu. Cada um tem suas preferências... Mas não venha cagar regra só porque leu um livrinho escrito por uma batata Pringles.

Anônimo disse...

Hahahaha. O cara me xinga de bobão, acha que marketing social é cuidar de passarinhos e faz um trocadilho (sem graça, por sinal) com as batatas Pringles!!!

E ainda fala para nós, que buscamos defender uma causa maior, pararmos de ser infantis. Era só o que me faltava.

Anônimo disse...

Por que as pessoas insistem em dar outras funçoes pra propaganda. Para de querer salvar o mundo com a propaganda. Parece aquele Bono que não para de encher o saco de todo mundo. Se concentra em fazer uma bela campanha que eu quero ver. Esse negocio de se apropriar de causas maiores é desculpa pra fazer propaganda ruim. E jaimeohana: nao me venha com essa de colocar publicitarios e jornalistas no mesmo barco. Uma coisa não tem nada a ver com outra. Graças a Deus.
Carlos I para de ler livros e poe a mao na massa, Livro em propaganda só funciona de pra colocar em baixo do monitor.