quarta-feira, dezembro 07, 2005

Beba da Raiz.

Por Henrique Tucci

Nós, publicitários, bebemos bastante. E que jogue a primeira rolha quem nunca curtiu um bom pilequinho num happy-hour “cultural”. Por isso, eu sugiro que a gente sempre beba na fonte. Não, isso não é propaganda abusiva. Não é disso que estou falando. O que prego é que todos saboreiem a fina essência que realmente torna nosso trabalho inebriante: informação e cultura. Essas são as verdadeiras matérias-primas dessa profissão que consegue sempre nos surpreender com prazos mais curtos.

O ritmo da cozinha criativa exige muito preparo dos profissionais, que têm que ter sempre à mão um arsenal de ingredientes para satisfazer os mais diversos pedidos e públicos. Porque existe muita diferença entre o tempero leve de um texto para vender um apartamento de alto padrão e o apimentado discurso do varejo. É uma habilidade que tem que ser lapidada, testada e aprovada. E nessas horas, quem não tem de onde tirar, vai buscar o caminho fácil dos anuários e referências prontas da propaganda. Meus caros amigos, eu recomendo: resistam! E principalmente, mantenham seus copos sempre cheios.

Leiam, viajem, vão ao cinema e ao teatro, vejam apresentações de balé, façam amigos, e todos aqueles conselhos que a gente vive dando em sala de aula. A propaganda, muitas vezes, funciona com material didático ou informativo para o público. Mas só para o público.

Por isso, é com muito prazer que agora eu posso dizer: bebam da raiz.

Sim! Acaba de chegar ao mercado editorial um projeto muito importante e interessante chamado Raiz., que vai de encontro a essa idéia de promover informação e cultura. É uma boa surpresa editorial que a Editora Cultura em Ação lançou em novembro e já se encontra nas bancas regionais. A publicação, que conta com o apoio do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, foi inspirada no Programa Cultura Viva, da Secretaria de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura, traz manifestações culturais diversificadas que são a base da nossa identidade cultural. Uma riqueza e uma variedade que não se encontra em nenhum outro país do mundo e que deve ser conhecida e valorizada por todos nós, sem estereótipos e folclorizações. Os assuntos vão do jongo nas comunidades quilombolas ao hip hop nas favelas cariocas. Passando por comidas típicas, cultura digital e muitos outros temas. Um projeto que lembra muito o Brasil a gosto, de Ana Luiza Trajano que acompanhamos de perto recentemente. Mas que fica para um próximo post.

Para quem ainda não ainda pegou a sua nas bancas, aí vai o site como teaser: www.revistaraiz.com.br. E como coloca em seu editorial, “a Raiz. é primeira e única”. Ehduca. Vamos regar!